Bruno Henrique voltou. O primeiro gol desde a lesão que o afastou dos gramados por cerca de 10 meses já tinha saído contra o Grêmio, pelo Brasileirão. Mas em termos de atuação, a goleada por 4 a 0 sobre o Aucas, pela Libertadores, apresentou um Bruno Henrique como nos velhos tempos. Teve gol, arrancadas, dribles, perigo no jogo aéreo, enfim, o melhor do repertório do atacante.
“Falei antes com o Bruno que foi um jogo que ele fez a diferença que fazia em 2019. O retorno é importante porque ele é uma referência no elenco e porque tem uma grande capacidade para criar situações de gol. Esperamos esse retorno. Paulatinamente, está acontecendo. Estamos torcendo para chegar a melhor versão de Bruno”, disse o técnico Jorge Sampaoli.
Como Bruno Henrique atuou
Foi a primeira partida do camisa 27 como titular em 2023. A torcida parecia pressentir o que aconteceria no Maracanã. Na escalação diferentona feita por Jorge Sampaoli, Bruno Henrique foi o mais ovacionado quando o sistema de som do estádio anunciou quem jogaria.
Até então, ele tinha participado de oito partidas na temporada. Entrou durante o segundo tempo de todas elas. Contra o Aucas, Bruno Henrique somou 75 minutos em ação. Ele foi escalado na ponta esquerda, tendo Pedro como parceiro de ataque e Filipe Luís às costas como lateral-esquerdo.
O contexto foi perfeito para uma boa atuação. O atacante começou em alta rotação desde o início. Tanto que perdeu um gol de cara com menos de quatro minutos exibindo velocidade para ganhar do zagueiro e drible em cima do goleiro. Mas só faltou a finalização perfeita, com o pé esquerdo. Detalhe para o passe espetacular de Victor Hugo, outro crucial para a engrenagem do Flamengo funcionar tão bem na despedida da fase de grupos da Libertadores.
Bruno Henrique viria a balançar as redes no jogo, mas antes teve pelo menos duas boas chances. Sem contar nas tentativas de sucesso que teve ao apostar novamente no combo velocidade+drible em cima dos marcadores equatorianos.
O gol de Bruno Henrique foi o terceiro do Flamengo sobre Aucas. A jogada aos 41 minutos do primeiro tempo nasceu pela direita, com uma descida de Wesley à linha de fundo, teve um passe curto de Everton Ribeiro e a batida de canhota na bochecha da rede. O goleiro ficou inerte.
Apoteose
Na etapa final, Bruno quase fez um gol em uma cabeçada, após cobrança de escanteio. Ele também puxou o ataque que resultou no quarto gol, fazendo com que a bola fosse antes para Pedro e depois chegasse a Victor Hugo.
Deu tudo certo para Bruno Henrique e o Flamengo. O atacante deu lugar a Matheus Gonçalves, aos 29 minutos da etapa final, foi aplaudido mais uma vez e teve o nome gritado.
“O jogo falou por si. Fiz tudo que sempre fiz. Velocidade, a hora de saber atacar o espaço, como o Sampaoli sempre pediu. Feliz de estar desempenhando o que sempre fiz. Muitos disseram que eu não seria o Bruno Henrique de 2019, com a minha velocidade, mas bati 35km/h no jogo passado. Estou muito feliz pela recuperação”- ressaltou Bruno Henrique, atacante do Flamengo.
Para o futuro imediato do Flamengo, Sampaoli ganha uma boa opção de variação no Flamengo. Em uma das variações táticas do argentino, o setor em que Bruno Henrique atuou tem sido ocupado por Everton Cebolinha. Foi com esse desenho, inclusive, que o time terminou o jogo. A segunda opção, mais recorrente, tem Gerson na faixa esquerda do campo, com Pulgar e Thiago Maia de volantes, além de Everton Ribeiro e Arrascaeta na criação.
Mas se Bruno Henrique continuar nesse ritmo, que tanta admiração despertou na torcida, vai ficar difícil deixá-lo fora.
“A gente fica muito feliz por ele estar fazendo gol, um grande jogo. Ele nos ajuda muito, treina para isso. Quando ele consegue fazer isso dentro de campo, a gente fica admirando. Ele é um escape muito bom para a gente. Quando ele tiver cada vez melhor, a gente vai estar cada vez mais forte”, disse o meia Everton Ribeiro.
Retirado de: Uol