Às vésperas de iniciar a disputa das semifinais da Copa do Brasil contra o Grêmio, o técnico Jorge Sampaoli viu um problema até então pequeno crescer: a exposição defensiva. O Flamengo segue numa série invicta de oito partidas (e apenas uma derrota em 19 jogos), mas os empates começaram a se tornar mais frequentes e já deixaram o time para trás na briga pelo título brasileiro. No 1 a 1 diante do América-MG, que terminou em vaias no Maracanã, a questão ficou escancarada diante dos muitos momentos em que parte do time não recuou e deixou a defesa desguarnecida (como o lance do gol). Um buraco que explica a condição de segunda equipe que mais sofre finalizações entre todos os participantes da Série A.
Foram 250 finalizações contra a meta rubro-negra em 16 partidas do Campeonato Brasileiro. A média é de 15,63 chutes contra o gol do Flamengo por rodada. Só o Grêmio, rival de amanhã, registra número maior: 252 em 15 partidas (16,80). Números que sugerem duelos francos nas duas próximas quartas-feiras.
Quando o recorte leva em consideração apenas as finalizações corretas — ou seja: na direção do gol — a situação dos rubro-negros piora. O time de Sampaoli sobe para a liderança, com 99 conclusões contra ele. Na média (6,19 por partida), fica atrás do América-MG (6,33), que tem um jogo a menos.
Diante do América-MG, o Flamengo chegou ao quinto compromisso seguido em que ofereceu mais oportunidades ao adversário do que cria. Os rubro-negros finalizaram 14 vezes, contra 16 dos mineiros. No Fla-Flu do último dia 16, foram 15 conclusões na direção da meta de Matheus Cunha. Já no segundo duelo com o Athletico, pelas quartas de final Copa do Brasil, este número chegou a 28, o recorde do período.
Finalizações do Flamengo e de seus rivais nos últimos 5 jogos:
- Flamengo (14) x América-MG (16)
- Fluminense (15) x Flamengo (8)
- Athletico (28) x Flamengo (20)
- Palmeiras (13) x Flamengo (10)
- Flamengo (10) x Fortaleza (15)
Estes números ajudam a explicar o fato de Matheus Cunha ser o segundo goleiro com mais defesas realizadas no Brasileiro: 45, atrás apenas de Lucas Perri, do Botafogo, com 54 — mas quatro jogos a menos do que o arqueiro rubro-negro.
“Teremos que conscientizar o time que precisa defender. A característica da equipe é jogar e ficar mais tempo com a bola. Quando estiver no campo rival, o time tem que ficar entre 27 e 28 metros para não sofrer transições” – admitiu Sampaoli após o jogo de sábado, referindo-se à compactação da equipe quando tem a posse, necessária para evitar riscos em caso da perda dela.
Retiraod de: Extra