Zico, o maior ídolo do Flamengo e um dos principais esportistas brasileiros da história, foi nomeado embaixador da delegação do Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. A escolha do “Galinho” é simbólica, considerando sua influente carreira no futebol e sua relação passada com os Jogos Olímpicos.
Os Jogos de Paris acontecerão entre 26 de julho a 11 de agosto de 2024. Zico acompanhará a delegação brasileira, tendo contato com os atletas e membros das comissões técnicas. Até o momento, o Brasil tem 150 atletas classificados, com expectativas de chegar a 330, mas a equipe completa será formada por mais de 1.000 pessoas.
O convite para Zico foi feito por Gustavo Herbetta, diretor de marketing do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Herbetta mencionou que, embora não seja uma compensação pelos eventos de Munique em 1972, querem criar uma posição para ter alguém como Zico ao lado do time em um momento tão importante para o Brasil. “Gostaríamos de te receber no Comitê Olímpico para oficializar o convite de você ser embaixador do time do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris. Queremos que você vá com a delegação acompanhar a torcer junto com a gente pelos atletas que estarão lá. E de certa forma, sem compensar Munique, mas que você sinta que criamos uma posição para ter uma pessoa como você ao nosso lado em um momento tão importante para o Brasil”, disse Gustavo Herbetta.
Zico aceitou o convite rapidamente, afirmando que “a resposta não poderia ser outra”. Ele visitará a sede do COB no Rio de Janeiro para ser oficializado como embaixador.
A nomeação de Zico também traz à tona memórias de suas experiências passadas com os Jogos Olímpicos. Aos 19 anos, ele era referência da Seleção Brasileira Olímpica e marcou o gol que classificou o Brasil para os Jogos contra a Argentina, no Pré-Olímpico de 1971. No entanto, não foi convocado para a Olimpíada de Munique em 1972, o que ele descreveu como a maior frustração de sua carreira. “A minha maior tristeza no futebol foi não ter ido à Olimpíada de 72. Eu fiz o gol que classificou o Brasil e meu nome não estava na lista dos convocados. Foi a maior decepção da minha vida. Na hora fui falar com o meu pai que eu queria encerrar a minha carreira e cheguei a ficar dez dias sem ir ao Flamengo. Foi uma grande frustração para mim”, revelou Zico em 2012.
Além disso, a decisão de não convocar Zico para Munique foi influenciada por questões políticas, devido à perseguição sofrida por seu irmão Fernando Antunes Coimbra (Nando) durante a ditadura brasileira, o que levou à exclusão de Zico como forma de punição.
Outro momento de decepção ocorreu em 2016, quando o COB não convidou Zico para carregar a tocha olímpica na cidade do Rio de Janeiro. Zico expressou sua frustração sobre isso, mas depois teve a oportunidade de carregar a tocha nas Olimpíadas de Tóquio 2020. “Depois no meu país [Brasil] e na minha cidade [Rio de Janeiro] terem me negado essa oportunidade de carregar a tocha olímpica, hoje realizei meu sonho de participar de uma Olimpíada. Agradeço o Kashima Antlers, a cidade de Kashima e ao Japão por terem me dado essa oportunidade. Fiquei emocionado e posso dizer que tranquilamente considero encerrado meu ciclo esportivo”, disse Zico na época.