No dia 1 de maio, após jogo entre Flamengo e Red Bull Bragantino, Bruno Spindel teceu duras críticas à arbitragem da partida, foi punido e suspenso por 20 dias depois de julgamento em primeira instância. No entanto, nesta quarta-feira (10), foi absolvido por quase unanimidade – com apenas um voto contrário – pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O diretor executivo de futebol, cabe ressaltar, estava trabalhando sob efeito suspensivo.
- A declaração de Bruno Spindel sobre o trabalho de Tite no Flamengo
- Landim deixa responsabilidade nas mãos de Braz e Spindel
Spindel foi defendido por Michel Asseff Filho, advogado que representou o dirigente e o Flamengo. A defesa alegou que a denúncia foi “confusa” e se baseou apenas nos relatos da súmula, e não na entrevista pós-jogo. Citou o fato de Bruno ser réu primário e disse que deveria ser considerado apenas o que constava na súmula, ou seja, sem nenhuma manifestação de desrespeito. A Procuradoria do STJD quis reduzir a pena de 20 para 15 dias, mas o plenário votou pela absolvição.
Relembre o caso
No dia 1 de maio, o Flamengo enfrentou o Red Bull Bragantino, em jogo válido pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, o Rubro-Negro reclamou da anulação da expulsão de Luan Cândido (do Bragantino) e da não marcação de um pênalti em Luiz Araújo – ignorado pelo VAR.
Ao final do confronto, Bruno Spindel pediu a palavra e, ao vivo, na transmissão do jogo, desabafou e teceu duras críticas à arbitragem e à Confederação Brasileira de Futebol.
“A gente já enviou ofício em outros momentos e não adianta. Só o que adianta é chamar para CPI, expor publicamente, dizer que é ladrão, dizer que tem assalto. Para eles respeitarem o clube, só desse jeito. Se não fizer desse jeito, não adianta. É um absurdo. O que aconteceu hoje aqui é um absurdo. A gente precisa desempenhar, merecer vencer. Eu acho que a gente mereceu um resultado melhor hoje. Se tivesse a expulsão no início do jogo, mudava completamente o jogo. O pênalti do Luiz Araújo também. Se o critério ali foi de anular a expulsão, tinha que ter dado o pênalti lá (com revisão do VAR)”, disse.
“A gente está sendo prejudicado jogo a jogo, porque os outros clubes dizem que tem assalto, que tem roubo. O ofício não adianta, porque eles não respeitam desse jeito. Quer respeito, é só chamar para CPI lá em Brasília, expor, dizer que é ladrão, dizer que tem assalto, é só assim que é respeito. Não tem outro jeito de ser respeitado”, apontou o dirigente.
O árbitro responsável pela partida, Paulo Cesar Zanovelli da Silva, informou, na súmula, outra fala de Bruno Spindel sobre a arbitragem: “Tá de sacanagem com a gente, desde o jogo do Botafogo-RJ que o VAR prejudica a gente”.
Punição a Spindel
Spindel foi enquadrado no artigo 258 §2º, II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que diz “desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões”, e prevê pena de 15 a 180 dias.
Cabe recordar que, na época, Jorge Octávio Lavocat Galvão, Presidente da 4ª Comissão Disciplinar do STJD, disse que o argumento de Spindel “foi um desabafo que extrapola e passa a ser uma ofensiva”. Além disso, um auditor chegou a sugerir ainda multa de R$ 20 mil, mas o artigo não possibilitava punição financeira.