Apesar das medalhas, Rebeca Andrade faz desabafo sobre as Olimpíadas

Rebeca Andrade ganha medalha de prata no individual geral nas Olimpiadas de Paris (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Rebeca Andrade diz que precisou de remédios

Rebeca Andrade, reconhecida como a maior ginasta da história do Brasil e detentora do recorde nacional em medalhas olímpicas, será a convidada da semana no programa Bola da Vez, que será exibido neste sábado (31), às 18h30 (horário de Brasília), com transmissão pelo Disney+.

Durante o programa, Rebeca compartilhou suas experiências sobre as dores e desafios que o esporte impõe na rotina diária e deixou uma dúvida sobre seu futuro no solo, onde conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris.

— Eu amo ginástica, eu amo esse esporte e tenho ainda muita vontade de continuar vivendo e ter as sensações que eu tenho dentro do esporte. Eu sinto que ainda aguento. Lógico, eu disse que não vou mais fazer solo. Porque olhando pra dentro, tem muitas dores, é um aparelho que demanda muito da minha energia, exige muito dos membros inferiores, disse.

Rebeca Andrade sorri após conquistar sua medalha de ouro em Paris 2024 (Foto: Reprodução/Instagram)

— E o choro que eu tive depois do solo, não foi porque ganhei a medalha, assim que eu terminei. Eu estava chorando porque eu estava viva. Eu só queria sair da competição inteira, sem nenhuma lesão. Eu estava bem de cabeça e fisicamente, mas as dores estavam ali. Que foram controladas com medicação, afirmou Rebeca.

Em relação à sua jornada nos Jogos Olímpicos de 2024, ela revelou os bastidores de sua superação física para realizar feitos históricos. Entre as competições, ela passou por tratamentos, sessões de fisioterapia e até precisou tomar remédios contra sua vontade para suportar a intensa rotina.

— Eu queria dar uma folga pra essa parte, mas não me impede de fazer um salto, uma paralela, fazer uma trave se precisar. De pouquinho em pouquinho, ver se no futuro eu conseguiria mais uma vez fazer um solo ou não. Se me perguntar hoje, eu não quero fazer mais, nunca mais. Não quero mesmo. Mas o futuro a Deus pertence.

— As dores… Às vezes você sente tanta dor que o corpo chega a ficar latejando. Meu joelho nem tem reclamado tanto, são mais outros pontos. As costas, o ombro, tendão… Às vezes eu acordo de manhã e já levanto da cama mancando, não consigo descer a escada, não consigo subir na meia ponta, coisas básicas. Aí você não quer tomar remédio pra dor porque só mascara os problemas que você tem… A gente faz muito tratamento, muita fisioterapia para o corpo aguentar, finalizou.

Nessa Olimpíada Rebeca acumula seis pódios olímpicos, dois ouros (salto em 2020 e solo em 2024), três pratas (individual geral em 2020 e 2024 e salto em 2024) e um bronze (equipes em 2024). Essas conquistas foram obtidas em apenas duas edições dos Jogos Tóquio 2020 e Paris 2024.