Ex-Cruzeiro revela ‘rusga’ com colegas de time por drible

Escudo do Cruzeiro (Foto: Reprodução/Cruzeiro)

Conhecido pelo apelido “Foquinha”, o ex-atacante Kerlon se destacou no futebol por um drible único: conduzia a bola com embaixadinhas na cabeça. Revelado pelo Cruzeiro, o ex-jogador, agora com 36 anos e aposentado desde 2017, revelou em entrevista recente ao The New York Times que os próprios companheiros de time pediam para que ele não fizesse o gesto.

“Quando subi ao profissional, até mesmo meus colegas de equipe me aconselhavam a não realizar o drible. Eles falavam que eu estava procurando confusão. Tive problemas com os mais experientes”, contou Kerlon, refletindo sobre a pressão que sentiu ao executar sua marca registrada no futebol profissional.

Kerlon estreou como profissional em 2005, após passar por todas as categorias de base do Cruzeiro. Ele destacou que, diferente do cenário no profissional, na base ele recebia grande apoio para realizar o drible. “Na base me demonstravam muito apoio”, afirmou o ex-jogador.

Lesões e aposentadoria precoce

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Hoje responsável por uma escolinha de futebol nos Estados Unidos, Kerlon encerrou sua carreira aos 29 anos, após sofrer com uma série de lesões. Foram seis rupturas de ligamento cruzado e dois graves problemas no tornozelo que abreviaram sua trajetória nos gramados.

Como nasceu o drible da “Foquinha”

Kerlon revelou que o drible da “Foquinha” surgiu após uma conversa com seu pai, Silvino. Ele contou que seu pai o incentivou a aperfeiçoar o movimento, que viria a se tornar sua marca registrada, e que o questionamento sobre a legalidade do gesto foi o ponto de partida.

“Meu pai parou e perguntou: se você correr com a bola na cabeça assim, seria falta? Eu disse que não sabia, mas a gente deveria descobrir. Meu pai olhou as regras e era legal, não tinha penalidade naquilo”, disse Kerlon, explicando o início do drible.

Após essa descoberta, ele começou a treinar intensamente: “Trabalhamos nisso vários dias até ficar perfeito, realmente foi um processo”, detalhou o ex-atacante.

Carreira e passagens por clubes

Kerlon surgiu como uma das grandes promessas das categorias de base do Cruzeiro e brilhou com a Seleção Brasileira no Sul-Americano Sub-17, em 2005. Após despertar interesse internacional, foi agenciado por Mino Raiola, um dos maiores empresários do futebol mundial.

A trajetória profissional de Kerlon foi marcada por muitas lesões. Vendido à Internazionale, da Itália, ele nunca chegou a atuar pelo time principal e acabou emprestado a várias equipes, como Ajax (Holanda), Paraná, Fujieda MYFC (Japão), além de passagens pelo futebol de Barbados, EUA, Malta e Eslováquia.

Pelo Cruzeiro, foram 41 jogos e um gol marcado. O “Drible da Foca” ganhou destaque em 2007, quando foi realizado em um clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, resultando em uma agressão do lateral Coelho, do Galo, que gerou uma grande confusão no Mineirão.

Mesmo com os desafios enfrentados, o legado de Kerlon como o criador de um dos dribles mais icônicos da história do futebol segue vivo, e hoje ele busca transmitir seus conhecimentos e experiências às novas gerações em sua escolinha nos Estados Unidos.