Presidente do Vitória comenta sobre dívidas do time paulista
Na última sexta-feira (18), o Vitória realizou uma coletiva de imprensa para apresentar um novo patrocinador, anunciar a renovação do contrato do atacante Osvaldo e discutir o futuro do clube, que também contratou um escritório especializado para explorar a possibilidade de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Além desses tópicos, a coletiva foi marcada por críticas do presidente Fábio Mota, que aproveitou a ocasião para apontar a falta de fair play financeiro no futebol brasileiro, mencionando o Corinthians como exemplo.
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“[Clubes com] investimento muito maior, que continuam contratando sem pagar ninguém. Não têm fair play. O Corinthians contratou jogador para pagar R$ 3 milhões por mês, brigando com a gente cabeça a cabeça. Enquanto isso não consegue pagar o salário do mês”, disse Fábio Mota.
O presidente não concorda com a postura da diretoria corintiana e não poupou criticas as atitudes. Fábio Mota ainda exigiu responsabilidade e cobrou punição aos envolvidos. No início da semana, tivemos algo semelhante. Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, também desceu críticas ao Corinthians e disse que estavam “dando um golpe no futebol brasileiro”.
“E deve mais de R$ 2,5 bilhões. Essa loucura tem que acabar. Tem que ser responsabilizado. Tudo no Brasil tem lei. No futebol não é assim”, completou o presidente do Vitória.
Sobre a SAF, Fábio Mota destacou o modelo adotado pelo Fortaleza, que se inspira no Bayern de Munique, onde a Associação mantém o controle majoritário do clube. Ele elogiou esse formato, mas criticou as escolhas feitas por Vasco e Cruzeiro. No caso do Vasco, a Justiça do Rio de Janeiro retirou a 777 Partners do comando da SAF. Já no Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno vendeu suas ações para Pedro Lourenço.
“O Brasil não tem fair play, limite de gastos entre clubes. Não sei se alguém viu dirigente de clube preso. Muitos deveriam estar presos. Acabaram com clubes Isso aqui é uma terra sem lei”, comentou o presidente, que continuou:
“Muita gente com conta rejeitada. O cara assume clube de futebol, pipoca orçamento e larga a bomba lá. Não existe fair play no Brasil. Não existe limite de gastos. E se você faz uma SAF e encontra qualquer um… Um exemplo é o Vasco, que fez uma SAF e entregou para qualquer um. O Vasco voltou a ser Associação, e as dívidas ficaram. Não pode entregar clube para qualquer um. Tem que ver quem é o investidor”, completou.
Fábio Mota ainda disse que a situação do Vitória é diferente por exemplo de Cruzeiro e Botafogo e disse que o clube é saudável e que mesmo apertado na questão financeira, não atrasa os pagamentos e que até são realizados antes.
“Vitória é uma instituição saudável, apertada financeiramente, mas que paga os seus funcionários e jogadores adiantado. Todo dia é uma guerra para pagar as contas”, comentou o mandatário, que ainda disse:
“Diferentemente dos outros clubes. A dívida do Vitória deve ser R$ 180 milhões. O Cruzeiro, que devia R$ 1 bilhão e tanto, o Botafogo, R$ 1 bilhão e tanto, que fizeram a SAF… Ou fazia a SAF ou fechava as portas”, finalizou o presidente.
Fábio Mota assumiu a presidência do Vitória no final de 2021, após o afastamento e, posteriormente, a destituição de Paulo Carneiro. Apesar do rebaixamento do clube naquele ano, o Vitória conquistou dois acessos consecutivos nas temporadas seguintes: primeiro da Série C para a Série B, e depois para a Série A do Brasileirão.
Nesta temporada, o Vitória vem brigando contra o rebaixamento e com o triunfo diante do Bragantino neste sábado (19), a equipe deixou o Z-4 e ocupa no momento a 16° posição com 32 pontos, empatado com o Corinthians.