A tragédia envolvendo o torcedor do Cruzeiro, José Victor Miranda dos Santos, de 30 anos, chocou o país. Antes de embarcar para Curitiba, onde assistiria ao jogo entre Cruzeiro e Athletico-PR, José enviou uma última mensagem à mãe, Jaqueline Alves: “Mãe, deixei 100 reais aqui em cima da TV. Eu tô indo pra Curitiba. Devo chegar aqui só no domingo à noite. Fica com Deus”.
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A resposta de Jaqueline foi breve e carinhosa: “Amém, vai com Deus você também”. Sem saber, essas seriam as últimas palavras trocadas entre mãe e filho antes do trágico incidente na Rodovia Fernão Dias.
Um ataque brutal e covarde
Na volta para Belo Horizonte, os ônibus da torcida organizada Máfia Azul foram atacados por membros da torcida Mancha Verde, organizada do Palmeiras, perto de Mairiporã (SP).
O ataque ocorreu na madrugada do dia 26 de outubro, quando os ônibus cruzeirenses foram parados após terem seus pneus perfurados por pregos jogados na pista. Em seguida, o clima de tensão tomou conta da rodovia. Alguns agressores usaram fogos de artifício e até pedaços de ferro para atacar os torcedores do Cruzeiro.
José Victor foi atingido e ficou preso dentro do ônibus em chamas, o que resultou em queimaduras em 70% do corpo.
A busca por justiça
A mãe de José Victor, em entrevista ao G1, expressou sua dor e desejo por justiça, sem desejo de vingança. “Como mãe, eu não quero vingança e sim justiça porque o que eles fizeram foi muita covardia, muita brutalidade. Eles [os cruzeirenses] estavam dormindo. Isso dói”, declarou Jaqueline Alves.
A perda de José Victor representa uma dor imensurável para sua família, que agora luta para que o caso não seja apenas mais uma estatística. “Justiça. Esta é a palavra. Queremos justiça”, enfatizou Jaqueline.
A Mancha Verde se posicionou oficialmente, afirmando que “não organizou, participou ou incentivou qualquer ação” contra os torcedores do Cruzeiro.