Jogador estava desanimado, mas deu volta por cima
Sabino foi anunciado pelo São Paulo em março deste ano com contrato até junho, que foi prorrogado até o fim de 2024. Recentemente, o zagueiro acertou sua renovação até o fim de 2026. Porém, seu início no clube não foi fácil. Em entrevista ao “UOL”, o zagueiro citou Muricy e alguns companheiros, como pessoas que o ajudaram.
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“Ei, não desanima, não. Se você está aqui é porque tem qualidade. Tem que estar preparado pra quando tiver a chance, agarrar e não sair mais”, disse Muricy Ramalho para Sabino, que estava sentado em uma placa no CT da Barra Funda.
“Aqui no São Paulo, eu entendi a palavra resiliência. A parte mais difícil de aprender a ser resiliente é você fazer as coisas, olhar para o futuro e parecer que não vai acontecer nada. Eu estava treinando e parecia que a oportunidade não viria. Era difícil chegar aqui todos os dias com ânimo, sorrindo, mas tive pessoas fundamentais que não me deixaram me abater, o Luiz, o Nestor e o Welington. Tinha dias que eu chegava aqui triste, só queria ir para o meu cantinho e fazer minha oração. Chegava no vestiário e eles falavam ‘vamo, não pode ficar assim’. Sem saber, eles foram me ensinando a palavra resiliência”, disse Sabino.
Muricy inclusive foi um dos responsáveis pela chegada de Sabino ao clube. O ídolo do tricolor ligou para o empresário do jogador ao não ver o zagueiro no clássico entre Sport e Santa Cruz. Naquela época, o atleta estava lesionado, como explicou seu empresário. No entanto, Muricy elogiou o zagueiro: “Sabino joga muita bola”. Passado um tempo, Muricy descobriu que o zagueiro não estava nos planos do Sport e novamente entrou em contato com o empresário do jogador. A ligação de Muricy Ramalho foi fundamental para que Sabino reforçasse o São Paulo em 2024.
“Se eu estou aqui é por causa dele (Muricy). 99,9%. Cheguei aqui, passei esse tempo sem jogar e teve um dia que depois do treino fiquei sentado na placa ali, meio triste por não estar jogando. Ele chegou e falou ‘sei que é difícil, mas não para, não. Se você está aqui é porque você merece e vai chegar sua oportunidade’. Além dos bastidores, ele é meio fechadão e tenho até receito de falar com ele, mas quando eu estava sem jogar eu perguntei para ele o que eu precisava melhorar e ele me explicou, também me disse que eu precisava ter paciência porque estava voltando de uma lesão. Em dado momento, ele acreditou mais em mim do que eu mesmo, com certeza”, comentou o zagueiro.
Em seu começo no clube, ainda reserva e sem muitas oportunidades, o zagueiro se envolveu em uma polêmica. Na partida diante do Vasco, que resultou em derrota tricolor, saíram informações de que Sabino teria se recusado a aquecer. Após isso, já ganhando algumas chances, o jogador se envolveu na briga que aconteceu no clássico contra o Palmeiras, no Allianz Parque. Sabino comentou sobre ambas as situações.
“Eu sou muito tranquilo. Quando aconteceu a situação do Vasco (episódio do aquecimento), eu fiquei sem entender, porque eu não falei nada daquilo que colocaram. Cheguei a conversar com minha assessoria sobre me posicionar, mas deixei quieto. Eu já estava sofrendo para jogar, ia me desgastar para explicar algo que não aconteceu? Deixa que o tempo vai falar por si só. E aí veio o Palmeiras, que foi o contrário. Falaram que eu dei murro, mas jamais. Fiquei chateado pela pessoa que o cara deveria ser, de apaziguar a situação, não de agitar mais ainda. Eu dei um empurrão nele, o que também não acho que está correto”, falou o camisa 35 tricolor.
Sabino também comentou que via o meio-campista Rodrigo Nestor, revelado na base do clube, como maior exemplo de superação. O jovem foi muito criticado ao longo dos anos, mas em 2023 teve sua redenção ao dar assistência para Calleri no jogo de ida e marcar o gol do título no duelo de volta da final da Copa do Brasil contra o Flamengo.
“O Nestor foi um grande exemplo pra mim dentro do São Paulo, por mais que eu não convivesse com ele, eu sei o momento complicado que ele passou aqui e ano passado fez um dos gols mais importantes da história do clube. Ele me falava, explicava o que viveu”, finalizou Sabino.