Árbitro conhecido revela ter sido ameaçado de morte

Cabine do VAR no Maracanã (Foto: Dhavid Normando/Futura Press)

Sálvio Spínola revela ameaça de morte por ex-presidente do Equador após partida decisiva

O ex-árbitro Sálvio Spínola revelou em entrevista ao podcast “Alt Tabet”, do Canal UOL, que foi ameaçado de morte por um antigo presidente do Equador após uma partida das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. A situação teria ocorrido após ele marcar um pênalti decisivo que acabou eliminando a seleção equatoriana da competição.

Segundo Sálvio, o episódio aconteceu em um jogo entre Equador e Uruguai, onde um empate garantiria a classificação do Equador para o Mundial. Nos acréscimos da partida, quando o placar estava empatado em 1 a 1, ele marcou uma penalidade a favor do Uruguai.

“Apitei um jogo de Eliminatórias da Copa do Mundo entre Equador e Uruguai. O Equador ia para a Copa se ganhasse ou empatasse o jogo. Mas, aos 46 minutos, com a partida empatada por 1 a 1, teve um pênalti”, disse.

O auxiliar de arbitragem teria alertado Sálvio:

“Torce para o Furlan chutar para fora ou a gente não sai vivo daqui.” O atacante uruguaio Diego Furlan converteu a cobrança, garantindo a vitória do Uruguai por 2 a 1 e deixando o Equador fora da Copa.

Após o apito final, Spínola contou que enfrentou momentos de tensão, sendo agredido por alguns fotógrafos em campo. A situação se agravou com uma declaração pública do presidente equatoriano, que teria dito na televisão: “Já vi na televisão presidente da República falar: ‘Vou dar pena de morte para esse árbitro, quero saber onde ele está’.”

O ex-árbitro relembrou as dificuldades que enfrentou para deixar o país. Segundo ele, precisou do apoio de um amigo equatoriano para recuperar seu passaporte, pois as autoridades locais haviam retido seu documento.

“Apanhei de câmera objetiva. Os fotógrafos entraram no campo e me batiam com as câmeras. No hotel não podia nem pedir comida. Na TV, o presidente: ‘Onde está esse árbitro brasileiro, estou decretando pena de morte para ele’. Para sair do país foi uma loucura. Acionei o Itamaraty, a Fifa, a CBF. Ninguém me deu assistência. Quem me ajudou foi um amigo árbitro do Equador, porque tinham retido meu passaporte”, relatou Sálvio.