A crise política e administrativa no Santos ganhou mais um capítulo decisivo nesta segunda-feira (2). Durante reunião do Conselho Deliberativo, foi mantida a expulsão definitiva do ex-presidente Andres Rueda, impedindo que ele e outros membros de sua gestão voltem à vida política do clube. Essa decisão impacta diretamente o futuro da relação do dirigente com o Peixe, e merece uma análise cuidadosa sobre as razões que levaram a essa drástica medida.
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Expulsão confirmada: decisão irrevogável
O Conselho Deliberativo do Santos ratificou a expulsão de Andres Rueda e de outros membros de sua gestão, como o ex-vice-presidente José Carlos de Oliveira e os dirigentes Dagoberto Oliva e Renato Hagopian. A votação foi expressiva, com 96 votos a favor, um contra e cinco abstenções. Dessa maneira, os dirigentes ficam proibidos de atuar em qualquer cargo no clube, fato que marca um ponto de ruptura entre o antigo presidente e a instituição.
Irregularidades financeiras: as causas da expulsão
Segundo o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), a gestão de Rueda cometeu diversas irregularidades, as quais violaram o Estatuto Social do clube. Entre as acusações, destacam-se três principais:
- Contrato com a Brax: A renovação de um contrato com a empresa responsável pelas placas de publicidade do estádio foi considerada ilegal, pois se estendia por um período além do mandato de Rueda. Esse acordo comprometeu as receitas do clube para as temporadas de 2025 a 2029, o que infringiu o artigo 91 do estatuto, que proíbe esse tipo de antecipação de receita.
- Antecipação das receitas do Paulistão: Para cobrir déficits financeiros, a gestão Rueda solicitou ao Conselho Deliberativo a antecipação das receitas do Campeonato Paulista de 2024, no valor de R$ 30 milhões. No entanto, a utilização desses recursos não seguiu as regras definidas, comprometendo ainda mais as finanças do Santos. Com isso, a medida foi considerada irregular e uma infração ao Estatuto Social.
- Dívida com o Krasnodar e o Caso Cueva: A inadimplência com o clube russo Krasnodar, referente à negociação do jogador Cueva, também foi um fator determinante para a expulsão. Apesar de o Santos ter recebido valores do Pachuca, do México, relativos à mesma dívida, a gestão de Rueda optou por não quitar o débito com o Krasnodar, o que resultou em um processo na Fifa, com a aplicação de um transfer ban ao clube.
O futuro do Santos e as consequências políticas
Vale destacar que essa expulsão não afeta apenas Rueda, mas também a gestão que ele liderava, e as implicações para o Santos são profundas. Isso porque a série de irregularidades deixou um rastro de problemas financeiros que o clube terá de administrar nos próximos anos. Portanto, o impacto dessa decisão vai além do político e pode afetar diretamente o andamento das finanças do clube.
O que vem por aí?
Agora, com Rueda e seus aliados fora da cena política do clube, o Santos precisa focar na reconstrução de sua administração. A expulsão simboliza um capítulo final para a gestão que, ao longo dos últimos anos, ficou marcada por polêmicas e escândalos. Sendo assim, o Peixe terá de se reerguer e buscar estabilidade financeira e institucional, enfrentando desafios que vão além do campo.