A transferência precoce de jovens talentos brasileiros para a Europa voltou ao centro das discussões no futebol, desta vez por conta de declarações de Dunga. O eterno Capitão do Tetra criticou a prática, que, segundo ele, compromete o desenvolvimento dos atletas. O ex-camisa 8 não poupou palavras e expressou sua preocupação em uma entrevista ao Lance.
Endrick e os riscos da falta de minutagem
Dunga destacou o caso de Endrick, atualmente no Real Madrid, mas que tem enfrentado dificuldades para encontrar espaço no time de Carlo Ancelotti.
“Nós vamos perder esse jogador, caso do Endrick. Em um mês, quantas horas ele deixa de jogar? Quantas horas deixa de treinar? E ele tem que treinar, tem que jogar. Então o amadurecimento dele vai ser atrasado. Porque, em vez de ele estar pronto com 22, 23 anos, ele vai estar pronto com 24, 25”, lamentou o tetracampeão mundial.
Cabe ressaltar que Endrick é uma das maiores promessas do futebol brasileiro, mas a falta de minutos em campo pode impactar diretamente sua evolução. Isso porque jovens como ele precisam de mais tempo para se adaptar e ganhar confiança.
O exemplo de Vinícius Júnior
Dunga mencionou a trajetória de Vinícius Júnior, que também enfrentou desafios após trocar o Flamengo pelo Real Madrid. Antes de brilhar como melhor jogador do mundo pela FIFA, o atacante passou pelo Real Madrid Castilla.
“Quantos anos tem o Vini Júnior? Ele saiu do Flamengo, foi pro Real B, ficou um, dois anos, até ele conseguir chegar. Diferente de uns tempos atrás, que nossos jogadores iam pra Europa com 25, com 26, com 27. Já iam prontos pra Europa. Então, o cara já tinha rodagem. Hoje não”, analisou.
Talentos desperdiçados pela pressa
Por fim, Dunga criticou o mercado de transferências brasileiro, que vende atletas cada vez mais jovens. “Quantos jogadores a gente perdeu que poderiam ser melhores do que foram para Europa com essa idade e não tiveram a sequência da carreira?”, questionou.
Sendo assim, fica evidente que o debate sobre o futuro de jovens como Endrick precisa ser aprofundado. Desse jeito, clubes e empresários podem agir com mais cautela, evitando prejuízos à formação dos atletas.