O sucesso retumbante do Flamengo nos últimos anos o coloca no topo da cadeia hegemônica do futebol sul-americano, mas também o trará um sério desafio em 2025. O presidente Luiz Eduardo Baptista apontou que se o clube atender às expectativas de disputar todos os títulos, poderá chegar a quase 90 jogos disputados e isso pode ser extremamente prejudicial para o elenco.
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O torcedor flamenguista se acostumou a grandes conquistas ano após o outro. Nos últimos cinco anos, foi campeão da Libertadores, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, duas vezes em cada competição. Em 2025, a pressão para continuar disputando absolutamente todos os troféus da temporada será ainda maior e cheia de expectativa. Afinal, o Rubro-Negro participará da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, que acontecerá entre 13 de junho e 15 de julho.
Nela, o Mais Querido baterá de frente com os gigantes europeus, na tentativa de se sagrar campeão mundial no novo formato do torneio. No entanto, a adição de mais uma competição irá inflar ainda mais o calendário do futebol nacional. Em uma entrevista recente concedida à Bandsports, o presidente rubro-negro Luiz Eduardo Baptista, o Bap, apontou as inúmeras datas como um fator que pode ser prejudicial e fará com que as equipes precisem ter mais atletas à disposição.
“Um time que joga muito na Europa joga 58, 60 partidas por ano. O Flamengo em 2025, se chegar em todas as finais como eu espero, poderá jogar incríveis 87 partidas. Para um jogador que é muito forte e que não tem propensão a contusões, ainda que elas possam acontecer, o cara vai jogar 5.000/4.500 minutos por ano. Se você vai jogar 8.500 minutos, você tem que ter dois atletas de alto nível para cada time”, iniciou.
Bap projetou que haverão semelhanças ao basquete estadunidense ou o vôlei, nesse quesito. Onde as equipes terão a necessidade de fazer mais trocas ao longo das partidas, caso contrário os atletas não suportarão o excesso de minutos em campo. Algo que vai afetar toda a logística do futebol.
“O futebol vai ficar muito parecido com o basquete americano e com o vôlei, do ponto de vista de trocas e substituições, do que com o futebol convencionou. Aquela história que você tem um time com 14,15 jogadores e de alguma maneira você segura as ondas jogando 65 partidas, ano que vem não vai funcionar. Isso é uma mudança que as pessoas que trabalham no futebol vão ter que enfrentar. Conversa com quem é da comissão técnica, é mais fácil dar treino para 25, 26 atletas, dois times em campo, um contra o outro. Acabou e vai todo mundo embora. Nesse caso você tem um outro time. Tem que ter um terceiro para treinar. Os treinos são mais longos. Quando vai viajar, tem que levar mais gente. Vai haver mudanças e vão afetar a todos nós. E o Flamengo pretende ganhar tudo”, continuou.
Por fim, o presidente rubro-negro finalizou dizendo que não será apenas o Flamengo que passará por esse excesso de minutagem. Por isso, para obter sucesso, o planejamento tem que ser muito bem executado.
“Esse tipo de mudança é uma adaptação que quem está no futebol vai ter que sofrer. Isso vale para o Flamengo , Fluminense, São Paulo, Palmeiras, vale para todo mundo. Os times que vão disputar o Mundial estão no mesmo ritmo que a gente. Será que os times daqui estão preparados? Se olhar de janeiro a dezembro, só vamos ter duas semanas que quarta-feira não tem jogos – e isso até março. Eu acredito que ano que vem vai ter que cuidar da minutagem. Teremos que escolher os 4.000 minutos que eles vão jogar. Não tem necessariamente que ver pelo adversário, tem que ver pelo momento do clube. Vai ter que ter uma parte de planejamento muito mais sofisticado do que se faz no Brasil. Vai ser um mundo novo, acho que quem tiver melhor planejado e preparado pode levar vantagem”, finalizou.