A declaração de Fábio Luciano sobre o time do Flamengo de 2007

Fábio Luciano durante um programa dos canais ESPN (Foto: Reprodução/ESPN)

Fábio Luciano relembra arrancada histórica do Flamengo em 2007 e destaca vitória sobre o São Paulo

Dois anos antes de conquistar o hexacampeonato brasileiro, o Flamengo viveu uma campanha histórica no Brasileirão de 2007.

Liderado em campo pelo zagueiro e capitão Fábio Luciano, que havia acabado de chegar ao clube, o Rubro-Negro passou de uma situação dramática, lutando contra o rebaixamento, para encerrar o campeonato na terceira colocação. Em entrevista ao Charla Podcast, Fábio relembrou a energia que tomou conta do time na reta final e destacou momentos marcantes daquela temporada.

O ex-zagueiro afirmou que, se o campeonato tivesse algumas rodadas a mais, o Flamengo teria chances reais de brigar pelo título.

“Quando você sai de uma situação de rebaixamento e começa a conseguir resultados, é uma energia que te leva. É isso que esses times de massa têm. A gente ia para o Maracanã sabendo que ia ganhar. Resultados menores, 1 a 0, era o jeito nosso, do Joel. No ônibus, indo para o estádio, a torcida batendo recorde de público, aquilo virou uma avalanche de energia. Se tivesse mais jogos, o Flamengo era campeão”, afirmou.

Entre os jogos da arrancada histórica, Fábio destacou a vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo, que viria a se consagrar campeão brasileiro daquele ano. A partida foi especial não apenas pelo resultado, mas também pelo clima criado pela torcida no Maracanã, que estreava a música “Eu sempre te amarei”.

“Esse jogo do São Paulo me marcou demais. Estava lotado, era o líder do campeonato. E a música também. É uma música que fica até hoje. Mexeu muito com a gente. Maracanã quase sempre cheio. Esse Flamengo era de muita luta, com limitações técnicas, dificuldades estruturais”, lembrou.

Fábio Luciano também contou como foi convencido a vestir o Manto Sagrado em um momento tão delicado para o clube. Na época, o Flamengo ocupava a 17ª posição na tabela e enfrentava problemas financeiros, com salários atrasados e notícias negativas. Inicialmente, ele hesitou em aceitar a proposta do então dirigente Kleber Leite, que o convidou para ser uma liderança no elenco.

“Na cabeça dele, tinha um bom time, mas faltava uma liderança. Ele falava: ‘Fábio, o time é bom, não estou precisando de um zagueiro mesmo. Preciso de uma liderança’. Minha esposa falou: ‘amor do céu, Flamengo não vai brigar por título’. Salário atrasado… Era só notícia ruim. Mas aceitei porque vi que o time tinha qualidade”, explicou.

Segundo Fábio, a confiança de Kleber Leite foi decisiva, e ele enxergou potencial no elenco

“Ibson, Souza… O time precisava de uma arrumada, mas tinha qualidade. Quando aceitei, pensei: ‘Não vou chegar aí e vai ficar pior. Tem coisa para olhar para cima’.”

Ele lembrou que o Flamengo precisava de organização tática e de uma figura que liderasse o grupo.

Sobre sua experiência com a torcida flamenguista, Fábio Luciano foi categórico ao dizer que não há como descrever o sentimento de vestir o Manto Sagrado sem viver a experiência.

“Só jogando para saber. O Flamengo não fez parte da minha vida. Eu sou do interior de São Paulo, meu sonho era jogar na Ponte Preta. Nunca pensei em jogar em outro lugar. Vou jogar, encerrar minha carreira aqui e está ótimo. O Flamengo era muito distante. A gente conhece história, títulos, tamanho. Na hora que eu recebi o convite, mexeu comigo de uma forma diferente. Não me esqueço nunca, Flamengo era 17º, e o Kleber Leite me convida.”