Rodrigo Mattos dá forte declaração direcionada à torcida do Botafogo

Escudo do Botafogo (Foto: Reprodução/Botafogo)

Rodrigo Mattos critica torcida do Botafogo e questiona a realidade financeira do clube sob a gestão da Eagle Football

O comentarista Rodrigo Mattos, do “UOL”, fez duras críticas à torcida do Botafogo, afirmando que grande parte dos torcedores ainda não está ciente da realidade financeira do clube, especialmente sob a gestão da Eagle Football, empresa de John Textor. Ele usou o exemplo da polêmica sobre o pagamento de premiações da temporada de 2024 para ilustrar o que considera ser uma falta de percepção por parte da torcida alvinegra.

Em sua análise, Mattos afirmou que muitos torcedores ainda acreditam que o Botafogo é um clube com recursos financeiros ilimitados, sem entender que a realidade é bem diferente. Ele destacou o episódio recente, no qual o Botafogo reconheceu que o pagamento das premiações estava atrasado, e questionou o uso do dinheiro, sugerindo que ele foi desviado para outras operações financeiras, possivelmente relacionadas ao Lyon, clube coirmão da Eagle Football.

“O torcedor botafoguense, que ainda continua, boa parte dele, em Nárnia, achando que o clube é bilionário e tem dinheiro para gastar o tempo inteiro, o que se mostra é que não é isso”, disse Mattos. Segundo o comentarista, o Botafogo havia se comprometido a pagar as premiações no final de 2023, mas o pagamento só ocorreu em 20 de dezembro, o que não estava previsto no acordo inicial. Mattos sugeriu que a razão para o atraso era o fato de o dinheiro ter sido utilizado para cobrir outras necessidades financeiras, como uma manobra para “tapar um buraco” financeiro no Lyon.

Mattos também discutiu as opções que Textor tem para solucionar a situação financeira do grupo, que incluem a venda do Crystal Palace para um novo investidor ou a entrada de um investimento significativo na Eagle Holdings, empresa controladora do Botafogo. Ele alertou, no entanto, que mesmo com esses investimentos, o dinheiro não será usado diretamente para contratações de jogadores para o Botafogo, mas sim para reestruturar as finanças do grupo.

“Esse dinheiro é para reestruturar o grupo todo, não é para sair contratando. Pode vir um ou outro jogador, mas não é que o Botafogo vai ficar bilionário de uma hora para a outra”, afirmou. Mattos destacou que o futebol do Botafogo não tem estrutura para sustentar o alto custo de contratações feitas no passado e que, nesse cenário, jogadores como os contratados por valores elevados podem acabar sendo emprestados para o Lyon, como já aconteceu com alguns atletas. Ele criticou ainda o impacto disso nas finanças do clube e questionou a viabilidade desse modelo, especialmente em relação ao fair play financeiro.

Além disso, o jornalista também mencionou que clubes franceses, como o Lyon, estão começando a demonstrar desconfiança em relação às transações feitas pela Eagle Football, citando o caso de jogadores contratados por grandes valores e emprestados posteriormente. Para Mattos, essa operação levanta várias questões sobre a sustentabilidade financeira do Botafogo sob a gestão de Textor.

“Na França, já tem uma grande desconfiança sobre esse tipo de operação. Porque você contrata um jogador de 20 milhões de dólares, como o Almada, e depois empresta de graça. Aí tem um fair play financeiro, o que adianta um fair play se você recebe um jogador de 20 milhões de dólares de graça?”, questionou.

Apesar das críticas, Mattos não acredita que o Botafogo terá um time fraquíssimo em 2024, mas destaca que, enquanto o clube não se tornar financeiramente sustentável e não gerar receitas suficientes para cobrir os custos, as dificuldades continuarão a surgir. Ele finalizou sua análise afirmando que a realidade financeira do clube é algo que, inevitavelmente, será cobrado, assim como uma conta que chega sempre, independentemente das manobras realizadas.

“Uma coisa no futebol é o seguinte, a conta é como a morte, ela sempre chega”, completou.