Cuca deu início, pelo menos de forma oficial, a quarta passagem pelo Atlético-MG na tarde desta segunda-feira (13) na Cidade do Galo. A coletiva de apresentação evidentemente abordou temas relacionados ao planejamento para o clube mineiro na temporada, mas também e especialmente o caso de estupro na Suíça nos anos 1980.
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Na contramão de apresentações anteriores, o técnico abordou o tema na abertura da coletiva. Cuca recordou a carta lida publicamente no ano passado, em tom de desculpas, na chegada ao Athletico – clube que deixou após rusgas internas.
“Demorei muito tempo para falar daquele tema, e hoje eu abro falando dele. Eu demorei a ver meus defeitos. Eu tentava falar do Cuca, e a sociedade queria saber da causa, do que eu como homem podia fazer. Tenho trabalhado incessantemente para ser uma pessoa melhor, entender o tema, não só pelo Cuca, pelas minhas filhas, minha mãe, mas pelo respeito que as mulheres merecem. Estou aliado a isso”, iniciou o técnico.
Na sequência, Cuca revela que tem participado de palestras com homens e mulheres para abordar e discutir o tema “de peito aberto”.
“Acho que esse tema é muito importante e busco um mundo melhor. A gente vive muito em um mundo machista. O futebol é muito machista. Vamos fazer coisas importantes também, pelo respeito as mulheres. Isso tá dentro de mim. Não sou de fazer propaganda do que eu fiz, faço de forma discreta e vou continuar fazendo, bandeira que eu empunhei e que vou continuar fazendo”, completou.
Janeiro de 2024
A Justiça da Suíça, país em que o crime ocorreu, anulou a sentença que havia condenado Alexi Stival a 15 meses de prisão e multa por estupro. A decisão ainda determinou o recebimento de uma indenização de 9,5 mil francos suíços (R$ 55,2 mil à época) por parte do técnico.
A Folha, responsável pela notícia em primeira mão, explicou que a Justiça não entrou no mérito das acusações contra Cuca ao anular o processo. A juíza do caso, Bettina Bochsler, acatou os argumentos apresentados pela defesa sobre o julgamento à revelia. Ou seja, sem ter um advogado para representá-lo oficialmente à época.
Como o crime ocorreu em 1987, o Ministério Público local entendeu que não seria possível outro julgamento, como solicitado, pois o crime estaria prescrito. Então, nesse sentido, sugeriu a anulação da pena e extinção do processo.
Retorno ao Atlético-MG
O novo vínculo do treinador com o Galo, quarto na história entre eles, tem vigência por duas temporadas. O contrato maior foi um pedido do próprio técnico, que alegou estar “cheio de fome”.
“Eu pedi (contrato maior), e a diretoria também entendeu que era um bom caminho. No futebol ninguém sabe, mas a minha ideia é ficar por muito tempo no Galo, porque é a minha casa. E, quando ficamos um tempinho parados, vem um desejo enorme de trabalhar de novo. Nunca pensei em aposentadoria, estou cheio de fome”, destacou.