Michael compara Filipe Luís a Jorge Jesus e fala sobre importância da terapia no futebol
O Flamengo segue sua pré-temporada nos Estados Unidos, e nesta quarta-feira (17), o atacante Michael concedeu entrevista coletiva. Em tom descontraído, o jogador explicou o atraso para a conversa, afirmando que estava jogando truco, e fez uma comparação entre o técnico Filipe Luís e Jorge Jesus, treinador com quem trabalhou no Rubro-Negro em 2020 e no Al Hilal, da Arábia Saudita.
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“Quando cheguei, peguei a bola e toquei para trás, e o Jesus disse: ‘Se fosse para tocar para trás eu tinha trazido outro’. Isso alimentava minha energia de querer sempre atacar e, às vezes, tomava decisões erradas. Chegava na cara do gol com as pernas cansadas. Com o tempo aprendi que tem que saber os momentos que dá para ir. Trabalhei com ele de novo agora. Lá no Hilal ele me deixava numa posição mais vantajosa, dava liberdade e eu não ia em todas”.
Sobre Filipe Luís, Michael destacou semelhanças com o treinador português e elogiou a forma como o ex-lateral conduz os trabalhos no Flamengo.
“O Filipe só é mais jovem, mas quer ganhar. Os treinos têm fundamentos parecidos com os do Mister. A mesma gana de conquistar títulos e construir história. Ele foi um p*** atleta e agora quer ser como treinador. Todo dia leva para a parte do mental e do físico. A única diferença é a idade. Se continuar assim, Filipe vai ser tão vitorioso ou mais. Ele não é o dono da razão, é apto a ouvir. Pessoas assim se equivocam menos e aprendem mais”.
Outro ponto abordado pelo atacante foi a importância do acompanhamento psicológico no futebol. Michael lembrou que enfrentou depressão no Flamengo durante a pandemia e relatou um episódio vivido no Al Hilal, quando perdeu a mãe e a avó em um curto período.
“Meu coração está em paz. Não estou velho (risos), mas mais maduro. Único conselho que eu daria para o meu eu do passado é: ‘faça terapia que vai te ajudar’. Teve um momento que eu queria sair do Hilal, tinha acordo com outro clube, perdi minha mãe e minha avó em poucos dias, e estava mal. Queria sair, e eles falaram que iam me ajudar. Mas eu não estava rendendo, estava mal mentalmente e falei que precisava levar meu psiquiatra para trabalhar comigo. Ele saiu do Brasil, ficou comigo algumas semanas na Arábia e me ajudou muito, ajudou minha equipe e minha família também. Eu não queria ficar porque sentia que estava roubando o clube, que não estava rendendo, mas eles confiaram. Ganhar dinheiro não é fácil, dobra os problemas”.
O atacante também fez um alerta aos jogadores mais jovens sobre a importância do cuidado com a saúde mental.
“Ganhar dinheiro não é fácil, dobra os problemas. Meu conselho para os jovens é ‘façam terapia e se preparem para isso’”.
Ainda nesta quarta-feira, às 15h30 (17h30 de Brasília), o Flamengo realiza mais um treino em Gainesville, no estádio Donald Dizney. A equipe permanece na cidade até o dia 18, quando embarca para Fort Lauderdale. No dia 19, enfrentará o São Paulo no estádio do Inter Miami, antes de retornar ao Brasil.