O Flamengo segue avançando no planejamento para a construção de seu estádio no terreno do Gasômetro, adquirido em 2023 por aproximadamente R$ 170 milhões. A nova gestão, comandada por Luiz Eduardo Baptista, adotou uma abordagem cautelosa e iniciou diálogos com a Prefeitura do Rio de Janeiro para reavaliar o prazo de execução do projeto. A previsão inicial, feita pela administração anterior, indicava a inauguração para 15 de novembro de 2029. No entanto, um novo estudo de viabilidade foi contratado junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV) para reavaliar os aspectos financeiros e operacionais.
A análise financeira do projeto tem sido um ponto central das discussões. O estudo preliminar elaborado na gestão anterior apontava um investimento de R$ 1,93 bilhão, com expectativa de arrecadação de R$ 1,5 bilhão por meio da venda dos naming rights. A diretoria atual pretende revisar essas projeções para garantir que o estádio seja construído sem comprometer o fluxo de caixa do clube. O objetivo é evitar cenários de endividamento excessivo, semelhantes aos enfrentados por outros clubes brasileiros.
Além da estrutura da arena, o projeto contempla diversas obras de acesso para facilitar a chegada dos torcedores. O estudo técnico anterior, elaborado pela consultoria “Arena Events+Venues”, prevê a construção de passarelas, ciclovias e um túnel para pedestres. A estimativa de fluxo aponta que cerca de 43,6 mil torcedores utilizarão transporte público nos dias de jogos, enquanto outros 24,5 mil chegarão em veículos particulares.
A mobilidade urbana na região é um dos principais desafios. O plano de acesso inclui a ampliação de calçadas, novas passarelas sobre o canal da Avenida Francisco Bicalho e melhorias nas estações de metrô mais próximas, como São Cristóvão e Cidade Nova. Está prevista ainda a construção de um edifício garagem com capacidade para 5 mil veículos, além de 800 vagas no Centro de Tradições Nordestinas.
Outro fator relevante para a execução do projeto é a necessidade de resolver questões relacionadas ao uso do terreno. A empresa Naturgy, responsável pelo abastecimento de gás na cidade, ainda utiliza parte da área adquirida pelo Flamengo. O clube e a prefeitura negociam a realocação dos equipamentos para viabilizar o início das obras, sem prejuízo ao fornecimento de gás na região.
A diretoria rubro-negra adota uma postura de prudência em relação ao projeto, priorizando uma avaliação detalhada das finanças do clube antes de qualquer decisão definitiva. O compromisso declarado é garantir que a construção do estádio ocorra de forma sustentável, respeitando o planejamento esportivo e financeiro da instituição.