Flávio Prado critica falta de espaço para a base no São Paulo e compara modelo com o Palmeiras
As categorias de base do São Paulo são reconhecidas como uma das mais produtivas do futebol brasileiro, mas, na visão do jornalista Flávio Prado, o clube tem falhado em aproveitar seus jovens talentos. Segundo o comentarista, o técnico Luis Zubeldía tem priorizado atletas experientes e estrangeiros, o que impede que as promessas do clube ganhem mais espaço no time principal.
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Durante participação no programa Canelada, da rádio Jovem Pan, Flávio Prado citou a recente saída do meio-campista Rodrigo Nestor para o Bahia e criticou a preferência de Zubeldía pelo argentino Santiago Longo, contratado nesta janela de transferências.
“Agora com o Zubeldía, ele não coloca os moleques da base para jogar e eles (dirigentes) entregam o Nestor para o Bahia. Aí coloca o Santi Longo para jogar e dá de graça uma joia da base”, afirmou o jornalista.
O São Paulo empatou com o Botafogo-SP na última segunda-feira, e o desempenho da equipe reforçou a opinião de Flávio Prado. Ele voltou a criticar a pouca utilização dos jogadores formados no clube e questionou a contratação do volante argentino.
“O Zubeldía adora os argentinos dele. Coloca um monte deles, eles não rendem e não dá chance para os moleques. O Santi Longo nem eles usaram… é um jogador que ninguém sabe porque foi contratado. O Santi Longo joga mais que o volante da base? Lógico que não!”, declarou.
A falta de valorização da base no São Paulo, segundo Flávio Prado, contrasta com o modelo adotado pelo Palmeiras, que tem conseguido recordes financeiros com a venda de jovens jogadores. Nos últimos anos, o clube alviverde arrecadou mais de R$ 1 bilhão com a negociação de atletas revelados na “Crias da Academia”.
O caso mais recente foi o do zagueiro Vitor Reis, vendido ao Manchester City por 35 milhões de euros (cerca de R$ 220 milhões). Antes disso, o Palmeiras já havia negociado Endrick com o Real Madrid, Luís Guilherme com o West Ham e Estêvão com o Chelsea, entre outras transferências milionárias.
“O Palmeiras revela o garoto na base, bota para jogar, vende por uma fortuna e usa esse dinheiro para comprar jogadores importantes”, analisou Flávio Prado.
O São Paulo, por outro lado, tem enfrentado dificuldades para maximizar os lucros com suas promessas. O clube até revelou talentos nos últimos anos, como Antony, Igor Gomes e Gabriel Sara, mas muitas negociações ocorreram antes que os jogadores atingissem um nível mais alto dentro do próprio elenco.