A crise política no Corinthians continua em evidência, enquanto o elenco tenta se manter focado nos compromissos dentro de campo. O goleiro Hugo Souza afirmou que os jogadores preferem evitar envolvimento nas questões administrativas e direcionam seus esforços para o desempenho esportivo. Segundo ele, cabe à diretoria e ao presidente Augusto Melo lidarem com esses assuntos, enquanto a equipe busca representar o clube da melhor forma possível.
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“A verdade é que a gente se blinda bastante em relação a esses assuntos. A gente prefere trabalhar dentro do campo, porque precisamos mostrar resultado. Deixo essa parte para o presidente, para a diretoria, porque não cabe a nós entrar nesse mérito. Temos que falar que a gente vai trabalhar bastante, no nosso melhor, no melhor para o Corinthians, e é isso que importa. Então, o que a gente tem que fazer é dar o melhor pelo futebol dentro de campo”, disse Hugo.
Nos bastidores, o Conselho Deliberativo aprovou a admissibilidade do processo que pode levar à destituição de Augusto Melo da presidência. Com isso, o dirigente segue no cargo até que uma nova votação seja realizada. Caso o afastamento seja aprovado pelo Conselho, o estatuto do clube prevê a convocação de uma Assembleia Geral, na qual os associados decidirão sobre a permanência ou não do mandatário.
A sessão que definiria o futuro de Augusto Melo foi suspensa pelo presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., devido à ausência de quórum. O artigo 85 do estatuto do Corinthians exige a presença de mais da metade dos conselheiros para a realização da votação, o que não foi possível na reunião mais recente. Agora, a definição de uma nova data depende exclusivamente de Tuma Jr., uma vez que o estatuto não estabelece prazos para essa remarcação.
A indefinição sobre a votação se soma às investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo. Os órgãos apuram possíveis irregularidades na relação entre o Corinthians e a empresa Vai de Bet, antiga patrocinadora do clube, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro. Apesar da expectativa de que o inquérito seja concluído em março, o Conselho Deliberativo quer antecipar a decisão para evitar um prolongamento da crise institucional.
Outro fator que complica a realização da votação é a segurança dos conselheiros. As últimas reuniões foram marcadas por confrontos e ameaças, com torcedores favoráveis a Augusto Melo se reunindo nos arredores do Parque São Jorge. Diante desse cenário, existe a possibilidade de a votação ocorrer na Neo Química Arena, o que poderia oferecer maior controle sobre a entrada e circulação de pessoas.
A tensão aumentou na última sessão, quando conselheiros foram agredidos na saída da sede do clube. Além disso, Augusto Melo precisou de escolta, e Romeu Tuma Jr. foi ameaçado diversas vezes.
