A saída de Márcio Tannure do Flamengo, no início de janeiro de 2025, gerou uma série de desdobramentos que ainda reverberam no clube. O ex-gerente de saúde e alto rendimento não poupou críticas à nova gestão, especialmente ao que chamou de “falta de profissionalismo” na troca no departamento médico. O principal alvo das críticas foi José Luiz Runco, que assumiu a direção médica após a saída de Tannure e a demissão em massa de profissionais do setor.
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Tannure critica mudanças no Departamento Médico
Tannure não escondeu sua insatisfação com as mudanças promovidas pelo presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e o novo diretor médico, Runco. Em entrevista ao Charla Podcast, ele afirmou que a decisão de trazer profissionais aposentados e afastados do mercado por mais de uma década não reflete o comprometimento que ele acredita ser necessário em um clube como o Flamengo. Segundo Tannure: “O cara (Bap) diz que vem profissionalizar e traz só pessoas que estavam aposentadas, há mais de 10 anos fora do mercado.”
Além disso, o ex-gerente de saúde destacou o impacto negativo que essas decisões causaram: “Você manda (embora) todos os funcionários que você investiu, que você educou, perdeu tempo desenvolvendo eles, paga a rescisão para eles todos, mais de 60, para jogar eles no mercado para os outros clubes.” Para Tannure, isso não pode ser visto como uma ação profissional, mas sim como algo pautado por interesses pessoais. “Isso é profissionalismo ou pessoalismo? Coisas pessoais e você está se utilizando da máquina que não é sua para fazer justiça com as próprias mãos? São coisas muito diferentes.”
Tannure sobre mudanças no DM: “Foi um erro na reposição”
Embora reconheça a necessidade de mudanças no Flamengo, Tannure foi incisivo ao afirmar que a reposição feita pelo clube foi equivocada. “Se for numa empresa séria, ninguém vai fazer isso. Isso é profissionalismo ou pessoalismo?”, questionou o ex-profissional do Flamengo. Ele acredita que a decisão de trocar a equipe médica não foi conduzida de maneira apropriada, especialmente levando em consideração o histórico e a experiência dos profissionais que estavam no clube. “Isso porque o grupo que se formou lá ganhou o que nunca foi ganho em nenhum outro clube”, completou, defendendo o trabalho realizado durante sua gestão.
Vale destacar que a relação entre Tannure e Runco sempre foi tensa, com rixas internas que se arrastam desde 2017, quando o filho de Runco, Guilherme, deixou o Flamengo após desentendimentos com o então gerente. De acordo com Tannure, foi um erro ser responsabilizado por algo que não fez: “Eu fui mandado embora, não foi uma escolha minha. Mas eu acho que foi o melhor para mim e o melhor para o clube.”
Preocupação no Flamengo por conta das demissões em massa
A troca no departamento médico gerou desconforto em uma ala do Flamengo. Isso porque, ao assumir o cargo, Runco promoveu a demissão de mais de 40 profissionais, algo que gerou preocupações sobre a metodologia de trabalho do novo diretor. Alguns temem que a falta de experiência recente de Runco com clubes possa afetar a qualidade do atendimento aos jogadores. Como resultado, algumas de suas primeiras decisões foram reprovadas e revertidas pela comissão técnica do futebol.
Dessa maneira, a decisão de promover mudanças no departamento médico continua sendo um tema polêmico no Flamengo. Enquanto Tannure critica a maneira como a troca foi feita, a diretoria defende que a reformulação era necessária para o clube se alinhar com os novos objetivos. Isso porque, ao longo de sua gestão, Tannure conseguiu implementar um sistema eficiente de saúde e rendimento, alcançando resultados históricos. Portanto, cabe ressaltar que o impacto dessas mudanças pode ser sentido a médio e longo prazo.