O Vasco acaba de dar um passo crucial em direção à reestruturação de suas finanças. A recuperação judicial foi oficialmente deferida, conforme informado em uma postagem na conta oficial do clube, no X (antigo Twitter). A decisão marca o início de um processo longo e desafiador, mas com um objetivo claro: garantir a sobrevivência financeira do clube, que enfrenta um endividamento de R$ 1,4 bilhão.
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Postagem oficial do Vasco confirma o pedido de recuperação judicial
O pedido foi formalizado na noite de segunda-feira, 24, e agora o clube buscará renegociar suas dívidas com todos os credores, por meio de um processo mediado pela Justiça.
“A Recuperação Judicial do Vasco foi deferida”, afirmou o clube em sua publicação nesta quarta-feira, 26.
A Recuperação Judicial do Vasco foi deferida.
— Vasco da Gama (@VascodaGama) February 26, 2025
Maiores informações em breve.#VascoDaGama
Com isso, o Vasco começa a trilhar o caminho para se reestruturar financeiramente, após uma série de tentativas e ajustes administrativos.
O que é a recuperação judicial e como ela pode ajudar o Vasco?
A recuperação judicial é um mecanismo legal utilizado para salvar empresas da falência, e recentemente, clubes de futebol também têm utilizado essa ferramenta. O Cruzeiro e o Coritiba, por exemplo, já passaram por esse processo com resultados positivos. O Vasco, que tem sua SAF (Sociedade Anônima de Futebol) com dívidas majoritariamente transferidas para a empresa, precisará submeter também essa entidade à recuperação judicial.
Vale destacar que, ao contrário de outros clubes que enfrentaram a recuperação apenas na associação civil, o Vasco precisará de uma negociação também envolvendo a SAF, o que torna o processo mais complexo. Sendo assim, o clube segue agora para a próxima fase, com a homologação do pedido pela Justiça, o que permitirá a suspensão de penhoras e execuções.
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O que o Vasco negocia na recuperação judicial?
O Vasco terá de apresentar uma proposta de pagamento aos credores ao longo dos próximos meses. Essa proposta, em geral, inclui um desconto significativo nas dívidas e um prazo longo para quitação, geralmente cerca de dez anos.
Isso porque as negociações podem variar conforme a categoria de cada credor. Por exemplo, as dívidas trabalhistas tendem a ter prazos mais curtos e descontos menores, enquanto as dívidas cíveis podem envolver termos mais agressivos. Cabe ressaltar que, para que o processo seja considerado bem-sucedido, a maioria dos credores deve aceitar a proposta.
Se não houver acordo, a alternativa seria a falência da SAF, encerrando suas atividades e leiloando seus bens. No entanto, esse é um desfecho ainda inédito no futebol brasileiro.
A transição do Regime Centralizado de Execuções (RCE) para a recuperação judicial
O Vasco iniciou suas tentativas de negociação com o Regime Centralizado de Execuções (RCE), uma forma mais branda de recuperação judicial, mas o aumento das taxas de juros e a dificuldade em reduzir o endividamento fizeram com que o clube abandonasse essa estratégia.
Dessa maneira, o clube optou pela recuperação judicial, um caminho já trilhado por outros times, como o Cruzeiro, que sob a gestão de Ronaldo, também precisou recorrer a esse processo.
Além disso, o Vasco terá de negociar com uma variedade de credores, como ex-jogadores, ex-técnicos, fornecedores, entre outros. Por isso, o desafio da gestão será grande, pois cada classe de credores terá condições de pagamento específicas, o que exigirá uma habilidade estratégica para garantir o sucesso do processo.