A declaração de John Textor direcionada a Renato Paiva, novo técnico do Botafogo

Textor durante coletiva de imprensa do Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo FR)

O Botafogo oficializou a contratação do técnico português Renato Paiva, que assinou contrato até dezembro de 2026. O anúncio ocorreu após a derrota para o Racing na Recopa Sul-Americana, em partida disputada no Estádio Nilton Santos. O clube ficou 55 dias sem treinador desde a saída de Artur Jorge, período no qual também perdeu a Supercopa e não conseguiu alcançar as semifinais do Campeonato Carioca.

John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, comentou sobre a escolha de Paiva e criticou o calendário do futebol brasileiro. “Eu confirmo que o senhor Paiva é o nosso treinador a partir de agora. Não sou um presidente de clube social, não preciso concorrer à reeleição. Não apoio uma temporada de 11 meses, faço um investimento significativo nos nossos atletas, não vou queimá-los como os órgãos que nos governam gostariam que eu os queimasse”, declarou o empresário.

John Textor, dono da SAF do Botafogo — Foto: Reprodução

O norte-americano também lamentou os recentes resultados do clube e a falta de tempo de preparação. “Então é lamentável que, agora que nós somos os atuais campeões sul-americanos e brasileiros, meu método de preparação nos deixe despreparados para jogos e copas como as de hoje à noite”, afirmou.

Ao justificar a escolha de Renato Paiva, Textor ressaltou que o treinador se encaixa na filosofia de jogo desejada. “O ‘Botafogo way’ que queremos jogar é inteligente, técnico e rápido. Eu falei com vários treinadores que queriam vir pelo dinheiro, queriam vir pela fama, queriam treinar um campeão. Eu precisava achar alguém que estivesse pronto para treinar e jogar do nosso jeito”, disse. Ele ainda destacou que a decisão foi tomada antes do que o esperado. “No fim, eu achei meu homem antes do momento em que achei em 2024. Então estamos à frente no planejamento”, completou.

Textor revelou que inicialmente não conhecia Paiva profundamente, mas se impressionou com seu estilo de jogo. “Engraçado, eu realmente não ouvi o nome dele. Eu vi os vídeos dele, é como eu acho treinadores. Deixa eu falar a razão. Se queremos jogar rápido, a velocidade precisa ser estruturada, com jogadores que entendem suas posições, que sabem onde os companheiros estão. Sentir a posição é tudo, saber onde os companheiros estão não leva tempo para tomar decisões, a bola move mais rápido”, explicou.

Além disso, o empresário ressaltou a experiência de Paiva no desenvolvimento de jovens atletas. “Eu também gosto que ele passou 15 anos na base. Teve várias oportunidades de subir e não quis. Nós medimos quantitativamente confiança na juventude, e é isso o que precisamos construir aqui. Já montamos o campeão sul-americano.

Então contratamos um treinador que não é apenas muito qualificado para treinar, mas que conhece o Brasil. Eu gostei do que ele fez no Bahia em termos da forma como ele treinou o Bahia. Mas passar 15 anos na base porque confia nos jovens e quer desenvolver os jovens… Ele é o técnico certo para nós, é o técnico certo para esse projeto”, concluiu.