Tem reforço no time da ‘Rádio Craque Neto’! O estudante de jornalismo Igor Melo, baleado por um policial militar da reserva após ser acusado injustamente de roubo, chega ao canal para ser o novo correspondente do futebol carioca para temporada. A notícia foi anunciada pelo próprio apresentador durante a edição desta sexta-feira, 7, do programa ‘Os Donos da Bola’, da Rede Bandeirantes.
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Igor Melo se dividia em três empregos antes do ocorrido para sustentar a família e, paralelamente, o sonho do jornalismo esportivo. Não à toa, colocava esse desejo em prática através de seu canal ‘Informe Botafogo’, que somava pouco mais de três mil seguidores no X.
“Ô, Igor, que você continue firme e forte. Vou falar o que eu fiz: eu contratei ele para a Rádio Craque Neto. Ele vai ser meu correspondente e do Sidnei (Fraiole, sócio da rádio). Porque às vezes as pessoas usam muito. As pessoas vão te levar lá no Luciano Huck, para não sei onde, vão querer mostrar sua intimidade, sua humildade. Aí é só lá, depois esquece”, disse Neto ao anunciar a novidade.
“Ele é criador de conteúdo do Botafogo, trabalhava de atendente. Aí o Igor, na hora em que eu liguei para ele, ele não acreditou muito. Botei o Godoi para falar com ele, e ele acreditou. Eu falei: ‘O Sidnei vai te ligar’. E a gente já contratou ele para que ele seja correspondendo da Rádio Craque Neto nos campeonatos brasileiros a partir de março e de tudo que tiver no Rio. Falei para ele: Tem que trabalhar, é isso que tem que fazer”, finalizou.
Neto revelou no programa 'Os Donos da Bola', que contratou o jornalista Igor Melo, que levou um tiro de um policial militar da reserva, para trabalhar na 'Rádio Craque Neto' como correspondente no Campeonato Brasileiro.
— LIBERTA DEPRE (@liberta___depre) March 7, 2025
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Igor Melo estava internado no Hospital Getúlio Vargas desde o dia 24 de fevereiro e recebeu alta na manhã do último domingo, 2. O universitário de 32 anos perdeu um rim, além de ter parte do estômago e intestino comprometidos pelo tiro.
Arquivamento de acusação
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu o arquivamento das acusações contra Igor Melo de Carvalho e Thiago Marques Gonçalves, motorista da moto que levava o universitário para casa na noite do ocorrido. Os dois foram presos em flagrante sob suspeita de roubo na Zona Norte do Rio, mas, segundo o órgão, eles não cometeram o crime.
A promotora Roberta Laplace, , que atua na promotoria de Justiça junto a 29ª Vara Criminal da Capital, solicitou o arquivamento nessa quinta-feira, 6. A Justiça decidirá nos próximos dias se acata ou não o pedido. O MPRJ afirma que Igor e Thiago estavam “comprovadamente trabalhando” no horário estimado do crime de roubo.
O caso envolvendo Igor Melo
O comunicador se tornou vítima do PM ao se aproximar do Viaduto João XXIII, que liga as avenidas Lobo Júnior e Brás de Pina, na Penha. Igor e Thiago Marques, motorista da moto, estavam sendo perseguidos por Carlos Alberto em um carro prata, quando o mesmo conseguiu se aproximar e efetuar os disparos.
Igor acabou atingido nas costas e não recebeu socorro por parte dos atiradores, mas conseguiu enviar mensagem aos colegas de trabalho da casa de samba. A vítima foi levada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passou por uma cirurgia de remoção de um dos rins. Seu quadro ainda demanda cuidados.
A perseguição ocorreu após a cabelereira Josilene da Silva Souza, esposa do PM que efetuou os disparos, acusar Igor e Thiago de serem autores de um roubo de celular às 23h do domingo – horas antes do fim do expediente do garçom na casa de samba.
“Tudo isso se deu porque ele está sendo acusado de roubo por uma mulher. Temos relatos de um policial que estava lá e que a mulher estava visivelmente bêbada”, escreveu Marina Moura, esposa de Igor Melo, pouco após o ocorrido.
Denunciante muda versão
Josilene esteve no hospital pouco depois da entrada de Igor Melo e o acusou, novamente, de ser um dos bandidos envolvidos no roubo às 23h do domingo. Já na tarde da última segunda-feira, 24, a mulher retornou ao local e descartou a participação da vítima no crime.
O PM responsável pelos disparos também mudou sua versão em depoimento nesta terça-feira, 25. Inicialmente, Carlos Alberto de Jesus afirmou que viu Igor, de camisa amarela e na garupa da moto de Thiago, armado e por isso atirou. Depois, alterou a narrativa e disse que a vítima havia realizado um movimento girando seu corpo para a esquerda e para a direta, fazendo menção em estar armado.