O ex-jogador Denílson afirmou que Estêvão, jovem destaque do Palmeiras, está fora do padrão atual do futebol brasileiro. Para o comentarista, o camisa 41 tem um estilo ousado e não hesita em partir para cima dos adversários, algo cada vez mais raro entre os atletas do país. O pentacampeão mundial destacou a importância de jogadores que buscam o drible e o mano a mano.
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“Nós estamos carentes desse estilo de jogador. Quando surge o Estêvão, por exemplo, a gente fala: ‘Caramba, olha o Estêvão’. É um cara que está driblando em uma geração que ninguém dribla mais”, disse Denílson, em participação no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha.
O ex-jogador comparou a forma de atuar do jovem palmeirense com craques do passado e lamentou a falta de ousadia na atualidade. “Você lembra do Robinho, do Neymar… Às vezes, eu falo: ‘O cara poderia ter driblado’. Ele volta no volante, no lateral ou no 10. Perde um pouco da graça do futebol porque tem a oportunidade do mano a mano. Se a bola chegou no ponta, faz a jogada do mano a mano. Era o que eu fazia.”
Durante a entrevista, Denílson também recordou um dos momentos mais emblemáticos de sua carreira: a jogada na semifinal da Copa do Mundo de 2002 contra a Turquia, quando foi perseguido por vários adversários. Segundo ele, apesar de ter lances melhores, essa jogada ficou marcada pelo estilo diferenciado que demonstrava dentro de campo. “Eu nunca fui um cara de fazer muitos gols, então as pessoas lembram de jogadas individuais. Isso mostra uma importância que eu tive aos olhos dos torcedores de um jogo mais vistoso e bonito de acompanhar.”
Além da análise sobre Estêvão e sobre sua própria carreira, Denílson criticou a postura da maioria dos treinadores brasileiros. Para ele, há uma preocupação excessiva com a segurança defensiva, o que acaba limitando a criatividade dos jogadores de ataque. “O treinador monta o time para não perder. Ele não monta o time para ganhar, com exceções, obviamente, do Flamengo e dos principais clubes. Durante o jogo, apresenta-se um cenário que o treinador segura um pouco. Não se arrisca.”
A visão do ex-jogador reforça um debate recorrente sobre o estilo de jogo no Brasil. A preocupação excessiva com o resultado e a falta de incentivo ao futebol ofensivo podem estar limitando o surgimento de novos dribladores. Para Denílson, Estêvão é uma exceção rara e deve ser valorizado por manter viva a arte do drible.