O atacante Luighi, jogador do Palmeiras, retornou às discussões sobre o episódio de racismo que enfrentou durante a partida contra o Cerro Porteño, válida pela Libertadores sub-20. O jovem falou novamente sobre o ocorrido em um vídeo publicado pelo clube nesta última sexta-feira (07), reforçando sua indignação e destacando a necessidade de mudanças.
Notícias mais lidas:
Logo após o jogo, Luighi manifestou forte revolta por conta dos insultos sofridos nas arquibancadas. Durante a entrevista coletiva, ele questionou os jornalistas presentes, enfatizando a gravidade do acontecimento. “Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso?” A situação gerou ampla repercussão, levando as autoridades esportivas a tomarem medidas urgentes.
Ainda no campo, o jogador percebeu a presença de policiais próximos aos torcedores responsáveis pelos ataques. Essa circunstância aumentou ainda mais sua frustração, já que os agentes não interviram para cessar os abusos. Ele mencionou essa observação no vídeo divulgado pelo clube. Além disso, relatou ter sido alvo de uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
Desabafo do jogador
Ao comentar sobre o caso, Luighi enviou um recado direto às pessoas que praticam esse tipo de discriminação. “O recado que eu mandaria é para as pessoas que fazem esse tipo de racismo, que parem. Porque você não está no corpo da pessoa que sofreu racismo.” Ele ressaltou que a dor causada por essas situações é algo que ninguém deveria experimentar. “É uma dor que eu peço para que poucas pessoas sofram, nenhuma na verdade.”
Luighi também expressou perplexidade diante da persistência desse comportamento discriminatório no mundo moderno. “Mas muitas pessoas assim no mundo e até quando vai existir pessoas assim? E até quando o futebol vai admitir isso?”, pontuou.
Posicionamentos institucionais
Diante das declarações do jogador, tanto o Palmeiras quanto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adotaram posturas firmes. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira. Ela afirmou que pedirá oficialmente a exclusão do Cerro Porteño da competição. Além disso, comprometeu-se a buscar punições severas para os responsáveis.
A CBF também encaminhou ofício à Conmebol solicitando a mesma medida. O presidente Ednaldo Rodrigues defendeu rigor nas decisões futuras. “O que a gente espera da Conmebol é rigor. Basta de racismo e de multas que não levam a nada. Queremos punições esportivas.” Segundo ele, o futebol precisa ser um ambiente baseado em igualdade e respeito.
