Liaison: inovação implementada por Jhon Textor faz total diferença no Botafogo

Escudo do Botafogo (Foto: Reprodução/Botafogo)

O Botafogo tem se destacado no cenário do futebol brasileiro não apenas pelo desempenho em campo, mas também pela estrutura que oferece aos seus jogadores. Um dos diferenciais do clube é o trabalho desempenhado pelo “liaison”, função criada com a chegada da SAF e inspirada no modelo adotado pelo Lyon, clube da mesma rede multiclubes de John Textor. Essa posição tem o objetivo de facilitar a adaptação dos reforços, auxiliando em diversas questões burocráticas e logísticas para que os atletas possam se concentrar exclusivamente em sua performance dentro de campo.

Atualmente, a responsabilidade desse trabalho está nas mãos de Mayara Bordin, ex-volante da Seleção Brasileira, que possui experiência como supervisora administrativa do futebol masculino do Athletico-PR e na Seleção Brasileira feminina. Sua vivência como jogadora tem sido um diferencial, pois permite que ela compreenda as dificuldades enfrentadas pelos atletas ao mudar de clube e país. “O liaison é confortar o jogador, facilitar essa mudança, fazer ele se adaptar de uma forma mais fácil e deixar com que ele se preocupe só na performance dele”, explicou Mayara.

O trabalho vai muito além da chegada ao clube. A função inclui a busca por moradia, suporte para a família dos jogadores, cursos de idiomas e inserção na cultura local. Além disso, há um cuidado especial para evitar que os atletas sejam vítimas de golpes imobiliários, com um filtro rigoroso de corretores. Questões como documentação, mudança de escola para os filhos e até transporte de animais de estimação também fazem parte da rotina do setor de liaison.

A experiência de Mayara tem sido crucial em momentos de tensão, como ocorreu com Thiago Almada, que chegou ao Brasil com 20 malas e ficou retido na Receita Federal por mais de duas horas. Em outra situação, Alex Telles precisou embarcar para o Brasil poucas horas após sua contratação, trazendo consigo mala, documentação e esposa grávida, o que demandou uma logística rápida e eficiente.

O modelo adotado pelo Botafogo já começa a influenciar outros clubes do futebol brasileiro, como Cruzeiro, Bahia e Vasco, que também passaram a investir em setores similares. O impacto da função é evidente não apenas na estruturação do clube, mas também no bem-estar dos atletas, que se sentem acolhidos e mais preparados para desempenhar seu melhor futebol.

Além do trabalho essencial na adaptação dos jogadores, Mayara também representa um avanço na presença feminina no futebol masculino, sendo uma das quatro mulheres atuando diretamente no departamento de futebol do Botafogo. O clube tem buscado ampliar a participação feminina em sua gestão, servindo como referência para outras instituições esportivas no Brasil.