Os clubes que integram as ligas Libra e Liga Forte União (LFU) se mobilizaram para ampliar sua influência sobre o Campeonato Brasileiro. Em reunião realizada no Flamengo, cerca de 20 clubes discutiram estratégias para conquistar maior autonomia na definição dos regulamentos técnicos e na gestão dos direitos comerciais da competição. A iniciativa inclui a busca pelo controle dos naming rights da Série A, atualmente sob domínio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
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O encontro contou com a presença de dirigentes de clubes da Libra, como o presidente do São Paulo, Julio Casares, e André Rocha, do Red Bull Bragantino, além de representantes do Palmeiras. Por parte da LFU, participaram representantes de Botafogo, Vasco, Fluminense e Internacional, além do CEO da entidade, Gabriel Lima. A reunião ocorreu na sede do Flamengo, na Gávea, e resultou em uma foto simbólica do grupo.
Uma das principais reivindicações dos clubes é ter maior poder na formulação dos regulamentos das competições organizadas pela CBF. Atualmente, as regras são elaboradas, e embora seja aberto espaço para sugestões, os clubes alegam que suas propostas são frequentemente ignoradas sem justificativa. Segundo Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo, a estratégia é focar nos pontos mais críticos do regulamento para que a discussão seja mais efetiva.
A questão comercial também foi debatida, especialmente após a CBF notificar cerca de 15 clubes sobre a propriedade das placas de publicidade do Campeonato Brasileiro, exigindo 10% dos contratos firmados. Os clubes rejeitam essa cobrança e reivindicam o direito exclusivo sobre essas receitas. Além disso, pretendem assegurar para si os valores provenientes da venda do naming rights da competição, estimados em R$ 100 milhões.
Todas essas pautas serão levadas à reunião do Conselho Técnico da Série A. Clubes da Libra já estiveram na CBF para uma visita de cortesia, mas a apresentação formal das reivindicações será feita durante o encontro. O objetivo é fortalecer a posição dos clubes por meio da Comissão Nacional de Clubes (CNC), buscando mais influência nas decisões da confederação.
O movimento dos clubes visa não apenas aumentar suas receitas, mas também pavimentar o caminho para uma eventual gestão independente do Campeonato Brasileiro a partir de 2027. Contudo, experiências anteriores mostraram que a falta de consenso entre os próprios clubes tem sido um entrave para avanços significativos nessa direção.