O Corinthians Feminino está em busca de mais um título da Supercopa Feminina, e o técnico Lucas Piccinato não perdeu a chance de expressar sua insatisfação com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) antes da grande decisão contra o São Paulo, neste sábado, no Morumbi. As críticas focaram nas regras de escolha dos estádios e no calendário da competição, que, segundo o treinador, têm prejudicado o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.
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Críticas à exigência de estádios grandes
Piccinato foi direto ao ponto ao criticar a CBF pela exigência de que as partidas da Supercopa Feminina sejam realizadas em estádios com capacidade mínima para 10 mil pessoas. Isso porque, na semifinal contra o Cruzeiro, o Corinthians precisou jogar em São Bernardo do Campo devido à simultaneidade com a partida do time masculino pela Libertadores.
Isso porque, a Fazendinha, com capacidade para cerca de 9 mil pessoas, não foi considerada apta para o jogo. Para o técnico, a imposição da CBF é excessiva, já que, em sua opinião, muitos jogos de futebol feminino têm públicos bem menores.
“Eu lamento bastante a gente ter que jogar em um estádio longe do nosso torcedor. […] Dez mil é um número extremamente expressivo, e acho que não teria necessidade”, afirmou Piccinato. Dessa maneira, ele defende que o Corinthians poderia ter jogado na Fazendinha, com um público que, embora menor, seria mais representativo para o clube.
Calendário da CBF: um obstáculo para o futebol feminino
Além disso, Piccinato também criticou o atraso no calendário da CBF, que prejudica a preparação das equipes para os campeonatos. Em 2024, a Supercopa teve início em março, enquanto a edição de 2023 aconteceu em fevereiro. Por isso, o time teve pouco tempo de preparação antes do Brasileirão, que começa no final deste mês.
“A CBF atrasou o calendário e força a gente a jogar em momento de final do masculino. Então, para a gente é muito ruim esse processo”, explicou o treinador. Vale destacar que essa situação coloca o futebol feminino em uma posição de desvantagem em relação ao masculino, já que as duas competições acabam coincidindo em datas importantes.
Reflexões sobre o futuro do futebol feminino no Brasil
Com isso, Piccinato reforçou que, apesar de ser importante jogar em estádios grandes como Morumbi, Neo Química Arena e Allianz, a obrigatoriedade de fazê-lo não pode ser um impeditivo. Sendo assim, o treinador acredita que a CBF precisa repensar suas regras para não dificultar a logística das equipes.
O Corinthians entra em campo para buscar mais uma Supercopa, seu quarto título consecutivo, mas não sem antes deixar claro seu desconforto com as decisões da CBF. Por isso, as críticas de Piccinato chamam a atenção para a necessidade de mudanças no futebol feminino no Brasil, especialmente em relação às imposições de datas e estádios. Dessa maneira, fica a expectativa de um futuro mais equilibrado para as equipes femininas.