O presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, relativizou os casos de racismo que brasileiros têm sofrido em competições continentais, chamando de “drama”. Ele reclamou do tratamento que estrangeiros recebem no Brasil e prometeu criar uma coalizão com os outros clubes para buscar punições aos times do país.
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O presidente do Peñarol, do Uruguai, concedeu entrevista à rádio Carve Deportiva e disse que o tratamento que estrangeiros recebem no Brasil não são equiparáveis às injúrias raciais que são cometidas a brasileiros em competições da Conmebol. Ignacio Ruglio chamou o país de “zona liberada”.
“O que acontece é que os brasileiros te matam, fazem o que querem com você… e aí as pessoas fazem um gesto e já é um drama no Brasil. Um mínimo gesto, que não deveria ser feito, mas um pequeno gesto feito no Brasil vira um drama. Mas eles liberam áreas para você, te espancam, te deixam lá por 4 meses, as pessoas são detidas lá e nada acontece. E depois, se um torcedor está lá e faz um gesto racial, o que é errado, é um drama total. Então, eles podem fazer qualquer coisa com você no Brasil, é uma zona liberada. Em algum momento vamos começar a reclamar em massa para a Conmebol porque parece que, para o Brasil, todas as leis são independentes”, declarou.
O presidente do Peñarol comentou que existe um desejo coletivo dos times sul-americanos em buscar punições aos clubes brasileiros, na expectativa de “mudar as condições” no país.
“O Flavio Perchman (vice-presidente do Nacional-URU) me disse que estava ligando para alguns presidentes e eu já tinha falado com eles antes, e com todos que tiveram problemas no Brasil. A ideia é formar uma frente unida entre vários clubes, principalmente de Paraguai, Uruguai e Argentina, para começar a reclamar disso estruturalmente e mudar as condições lá”, finalizou.
Nas últimas semanas, o debate sobre o racismo em competições continentais ganhou peso. Após Luighi, atacante do Palmeiras Sub-20, sofrer injúrias raciais em uma partida contra o Cerro Porteño, do Paraguai, em uma partida da Libertadores.
O presidente da entidade máxima do futebol sul-americano também foi pivô de um ato entendido como discriminatório, quando descartou a possibilidade da Libertadores ser realizada sem times brasileiros. Ele disse que era impossível, como “Tarzan sem Cheeta”.