Em meio às discussões sobre a possível transformação do Fluminense em SAF, declarações do vice-presidente geral do clube, Mattheus Montenegro, vieram à tona após o vazamento de dois áudios nas redes sociais na quarta-feira (26 de março). Nos trechos divulgados, o dirigente detalha o andamento das tratativas envolvendo a constituição da Sociedade Anônima do Futebol e defende a permanência de Mário Bittencourt como CEO da nova estrutura, caso o projeto avance.
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Montenegro comentou diretamente uma reportagem publicada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, que mencionava valores supostamente atrelados à negociação da SAF. Segundo a matéria, haveria um aporte de R$ 500 milhões e um valuation de R$ 850 milhões. O vice-presidente do Fluminense questionou as informações, alegando que “a operação não faz sentido” sem considerar elementos essenciais, como a assunção da dívida e os investimentos mínimos em futebol, categorias de base, clube social e esportes olímpicos.
“Essas coisas que saem na imprensa são coisas que o banco está conversando com os investidores, mas não temos sinalização firme do que vai acontecer. Tem muita gente se aproveitando para falar bobagem”, afirmou Montenegro. Ele também destacou que qualquer aquisição deverá ser avaliada com cautela e baseada em critérios técnicos e administrativos sólidos.
Ao abordar a possível permanência de Mário Bittencourt em uma eventual nova estrutura administrativa, o vice-presidente não economizou elogios à gestão atual. “Se dependesse de mim, seria ele. Olha o que o clube era em 2019 e olha o que é hoje. Olha a receita, olha o equacionamento da dívida, os salários em dia, ganhar título…”, pontuou. Ele também associou algumas críticas ao atual presidente a questões pessoais e políticas, uma vez que o Fluminense atravessa um ano eleitoral.
A diretoria do clube também se manifestou por meio de uma nota oficial, esclarecendo que o Banco BTG Pactual continua conduzindo conversas com possíveis investidores. Contudo, até o momento, nenhuma proposta formal foi recebida. O comunicado reforçou o compromisso da atual gestão com a transparência e a governança, afirmando que qualquer proposta será previamente apresentada aos Conselhos Diretor, Deliberativo e Fiscal, além de ser submetida à Assembleia Geral.
Com a intenção de manter os conselheiros e os torcedores bem informados sobre o andamento do projeto, a diretoria marcou uma reunião para o dia 14 de abril (horário de Brasília). O encontro foi convocado por Mário Bittencourt, Mattheus Montenegro e Ivan Perrone, presidente do Conselho Deliberativo, e terá como pauta principal o processo da SAF, além de outros assuntos estratégicos, como o Mundial de Clubes.
Aliás, o próprio Mário Bittencourt já havia sinalizado, em dezembro do ano passado, que estaria aberto à possibilidade de assumir o cargo de CEO da SAF, caso fosse escolhido por um futuro investidor. “Me sinto totalmente capaz para ser CEO do Fluminense ou de qualquer outro clube. Faço uma gestão com erros e acertos, mas na minha opinião melhorei muito o clube”, disse na ocasião.
