O técnico Pep Guardiola surpreendeu ao comentar de forma direta sobre a atuação de Matheus Nunes após o empate sem gols entre Manchester City e Manchester United, neste domingo (06), pela Premier League. O português, improvisado na lateral-direita, foi tema de análise minuciosa do treinador espanhol, que apontou limitações do jogador quando escalado no meio-campo.
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“Pode tornar-se um bom lateral-direito pelo seu físico. Penso que não é um jogador para jogar no meio, porque não é suficientemente inteligente, não tem compostura”, declarou Guardiola. As palavras do treinador destoam da imagem anterior que tinha do jogador, quando, há três anos, o classificou como “um dos melhores do mundo” após uma goleada sobre o Sporting.
Atualmente no elenco do Manchester City, Matheus Nunes foi contratado junto ao Wolverhampton em 2023. Contudo, devido às ausências no plantel, tem sido deslocado para funções diferentes daquelas para as quais inicialmente foi contratado. Segundo Guardiola, o desempenho do português como lateral vem sendo mais satisfatório, especialmente em jogos de alta exigência física.
“Tem uma habilidade incrível e está aprendendo muito… Os laterais cometem sempre um grande erro, quando cruzam para o poste mais distante, onde tu estás, estão sempre a dormir. E defendeu muito bem dois ou três cruzamentos do Bruno Fernandes, do Dorgu. Tem físico para o fazer, sabe jogar nessa posição e tem ajudado muito”, completou o técnico, sinalizando um possível reposicionamento do atleta de forma definitiva.
Aliás, esse tipo de declaração ressalta uma característica recorrente na gestão de Guardiola: a franqueza ao comentar sobre aspectos táticos e decisões técnicas, mesmo que isso envolva críticas públicas a seus jogadores. Ainda assim, o espanhol destacou pontos positivos no desempenho de Nunes, sugerindo que o atleta pode evoluir na nova função com o tempo e dedicação.
Empate no Dérbi de Manchester
O clássico de Manchester disputado neste domingo (06) terminou sem gols no estádio Old Trafford, em confronto válido pela Premier League. Em campo, Manchester United e Manchester City protagonizaram um jogo travado, com pouca criatividade e raras oportunidades reais de gol. Com o empate, o City chegou a 52 pontos, ocupando a quinta colocação e sendo pressionado por Aston Villa e Newcastle, que vêm logo atrás. O United, por sua vez, segue em uma campanha irregular, somando apenas 38 pontos e permanecendo distante de qualquer objetivo relevante na temporada.
O empate no clássico foi analisado pelo treinador como equilibrado. “Eles tiveram oportunidades, nós também tivemos. O único problema é que nos mexemos demasiado com a bola. Tínhamos de estar na posição certa e não o fizemos”, pontuou.
Embora o City tenha mantido a posse de bola por mais tempo, foi o United quem criou as chances mais perigosas no primeiro tempo. Casemiro teve atuação destacada, sendo fundamental na marcação e na organização do time da casa. Zirkzee, que entrou na segunda etapa, quase marcou no fim do jogo, mas parou em grande defesa de Ederson. Já Kevin De Bruyne, em seu último dérbi antes de deixar o clube ao final da temporada, teve desempenho discreto e pouco contribuiu para a criação ofensiva do time visitante.
Apesar das alterações promovidas por Pep Guardiola e Rúben Amorim no segundo tempo, o panorama do jogo não mudou significativamente. A falta de objetividade e a boa atuação das defesas mantiveram o placar zerado até o apito final. A arbitragem, comandada por John Brooks, distribuiu cinco cartões amarelos, três deles para jogadores do United. O resultado, apesar de pouco empolgante para os torcedores, refletiu com precisão o que foi apresentado pelas equipes em campo.