Conselho do Santos toma decisão envolvendo Marcelo Teixeira

Marcelo Teixeira após a eleição do Santos em 2023 (Foto: Reprodução/Santos)

A gestão financeira de um clube de futebol pode ser tão decisiva quanto o desempenho dentro de campo. No caso do Santos, a administração de Marcelo Teixeira teve um capítulo importante na noite da última segunda-feira (7). 

Aprovação unânime e desafios financeiros

Marcelo Teixeira, presidente do Santos – Foto: Raul Baretta/ Santos FC

O Conselho Deliberativo do clube aprovou, por unanimidade, as contas de 2024, o primeiro ano do atual mandato presidencial. Sendo assim, o dirigente recebeu um respaldo significativo para a continuidade de sua gestão.

A decisão do Conselho seguiu a recomendação do Conselho Fiscal, que analisou os números apresentados pela diretoria. Porém, nem tudo foi motivo para comemoração. Isso porque o relatório apontou que o endividamento do clube chegou a 30,9% da receita orçada para o ano passado, bem acima do limite de 10% estabelecido pelo estatuto.

Vale destacar que parte desse montante, cerca de R$ 122,1 milhões, diz respeito a valores antecipados ainda na gestão de Andres Rueda, mas que só apareceram no balanço do exercício de 2024. Dessa maneira, o documento reconhece que o Santos enfrentou um cenário financeiro atípico, especialmente devido à disputa da Série B do Brasileirão.

Superávit operacional, mas déficit final preocupa

Apesar do endividamento elevado, os demonstrativos financeiros registraram um superávit operacional contábil de R$ 58 milhões. Com isso, o Santos apresentou R$ 459 milhões em receitas contra R$ 401 milhões em custos e despesas.

Porém, quando adicionadas as despesas judiciais de R$ 43 milhões, amortizações de R$ 44 milhões, além de encargos financeiros e depreciações, o resultado final foi um déficit contábil de R$ 105 milhões.

Pagamentos de dívidas e o futuro da gestão Teixeira

Outro ponto relevante do balanço é que a atual administração já quitou R$ 126 milhões em dívidas de anos anteriores, incluindo débitos com ex-atletas e treinadores. Além disso, o clube precisou lidar com punições da FIFA, como transfer bans.

Cabe ressaltar que o passivo circulante da dívida santista, que são as obrigações de curto prazo, chegou a R$ 437 milhões. Já as dívidas de longo prazo atingiram R$ 539 milhões.

Portanto, mesmo com a aprovação das contas, o Santos segue com desafios financeiros expressivos. O respaldo do Conselho dá fôlego à gestão Teixeira, mas o clube precisará equilibrar as finanças para garantir estabilidade nos próximos anos.