A recente declaração de Lothar Matthäus sobre Neymar continua gerando debates. Em entrevista concedida na terça-feira (08), o ex-jogador, campeão mundial com a Alemanha e ídolo do Bayern de Munique, foi enfático ao explicar por que, em sua visão, o brasileiro não teria espaço no clube bávaro. Segundo ele, Neymar é um “showman”, cuja postura não combina com a filosofia de coletividade do Bayern.
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“Não precisamos de alguém que prioriza a si mesmo. Precisamos de alguém que ande junto com o time”, afirmou Matthäus, ao comentar que Neymar, apesar de ser um dos melhores do mundo, demonstra uma postura mais voltada a si próprio do que ao grupo. “O Bayern é uma família, nós andamos um pelos outros. Tenho a sensação de que Neymar anda mais por ele mesmo do que pelo time”, completou o ex-volante.
A fala repercutiu imediatamente no programa Último Lance, da TNT Sports, onde os comentaristas debateram o ponto de vista do alemão. Jorge Iggor avaliou que a declaração não foi apenas uma crítica gratuita, mas sustentada em elementos concretos. “Tem embasamento, porque ele fala do aspecto técnico, de encaixe tático, de encaixe de filosofia, do perfil do jogador Neymar, que é, de fato, um cara muito midiático”, pontuou o jornalista.
Conforme Jorge, o Bayern tem mantido uma política de contratações baseada em perfis discretos, mesmo ao buscar atletas de renome. “Se você pegar as contratações do Bayern de Munique nesses últimos tempos, não são contratações midiáticas, né? Nem é do Harry Kane”, observou. Para ele, ainda que Neymar estivesse em boa fase na época especulada, questões como histórico de lesões e episódios fora de campo acabaram influenciando na rigidez das palavras de Matthäus. “Eu acho uma pena um jogador com o talento do Neymar ser observado dessa forma, como um showman”, lamentou.
Renato Rodrigues, também presente na bancada, trouxe outro ponto ao debate: o contexto cultural. Segundo ele, o estilo adotado por Neymar desde o início da carreira influencia na maneira como é percebido na Europa, especialmente em clubes com culturas mais conservadoras. “O Neymar escolheu ser um jogador popstar e tá tudo bem, mano. Cada um, cada um. O Messi prefere ser um cara mais discreto, mais low profile. Cada um com o seu cada um”, declarou.
Renato ainda destacou que o perfil do Bayern, e até mesmo da Bundesliga, é bastante distinto em comparação a outras ligas europeias. “Aí eu concordo plenamente, que é cultural. Aí é uma questão de cultura de clube, de país. A Bundesliga tem a maneira de trabalhar muito diferente das outras ligas”, concluiu.
A discussão expôs, sobretudo, o contraste entre o estilo de Neymar e os valores históricos do Bayern. Embora ambos os lados tenham suas razões, o debate evidencia como cultura e perfil de atleta seguem sendo fatores determinantes no planejamento de clubes de elite.