O jornalista Mauro Neves foi direto e contundente ao analisar o duelo entre Corinthians com o América de Cali, na última terça-feira (08), pela Copa Sul-Americana. Em sua avaliação, o resultado de 1 a 1 foi “um presente do destino” para um time que atuou com displicência e pouca ambição durante boa parte da partida. Segundo ele, “o empate caiu do céu”, já que os colombianos dominaram o primeiro tempo diante de uma equipe reserva e desorganizada.
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Mauro classificou o primeiro tempo corintiano como “sofrível”, destacando a sorte do time brasileiro ao não sair para o intervalo com uma desvantagem maior. “Os colombianos amassaram o perdido e displicente Timão, que foi salvo pela sorte e, já no começo da etapa final, pelo VAR”, escreveu. O comentarista ainda ironizou o que chamou de “andança em campo por 70 minutos” e sugeriu que o Corinthians sequer demonstra real interesse em se classificar: “Parece que o Alvinegro não tem a mínima pretensão de avançar na Sul-Americana”.
O jornalista reconheceu o impacto positivo das substituições feitas por Ramón Díaz, principalmente a entrada de André Carrillo. O atacante peruano, em boa fase, foi decisivo para a melhora do rendimento corintiano. Ainda assim, Mauro minimizou o mérito da reação: “É muito pouco se o Timão quiser mesmo se classificar”. Em tom crítico, concluiu que a torcida alvinegra “merece pelo menos um pouco mais de empenho em campo”.
Atuação irregular e alívio no fim
Do ponto de vista técnico, o Corinthians apresentou um desempenho marcado por oscilações, falhas defensivas e limitações táticas. O primeiro tempo foi dominado pelo América de Cali, que abriu o placar com um belo chute de Ramos e poderia ter ampliado, dado o espaço concedido. A dupla de zaga formada por Félix Torres e André Ramalho teve dificuldades claras de posicionamento e falhou na cobertura em diversos lances.
O Timão enfrentou o jogo com um elenco bastante modificado: foram seis desfalques no total, incluindo cinco titulares. Ramón Díaz teve que improvisar um meio-campo formado apenas por volantes e um ataque sem referência criativa, com Romero, Talles Magno e Héctor Hernández. O setor ofensivo pouco produziu até a entrada dos titulares no segundo tempo.
A virada de chave ocorreu por volta dos 15 minutos da etapa final. Com as entradas de Carrillo, Yuri Alberto e Breno Bidon, o time melhorou tecnicamente e passou a criar mais oportunidades. Carrillo, aliás, foi o principal destaque: criou duas boas chances antes de servir Matheuzinho, que marcou o gol de empate. A jogada veio do lado direito, onde o peruano atuou com liberdade e precisão.
Ainda que o resultado possa ser considerado positivo do ponto de vista da tabela — já que impede que o América de Cali abra seis pontos de vantagem —, a atuação do Corinthians gerou questionamentos. A análise técnica aponta que o time teve mais sorte do que juízo, escapando de uma derrota graças a decisões corretas do VAR e ao talento individual de Carrillo.