Jornalista define culpado pela derrota do Flamengo

Escudo do Flamengo no gramado do Maracanã (Foto: Reprodução)

A derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Central Córdoba, nesta quarta-feira (09), no Maracanã, provocou reações contundentes entre torcedores e analistas. Entre as críticas mais incisivas está a do jornalista Rodrigo Mattos, que atribuiu diretamente ao técnico Filipe Luís a responsabilidade pelo resultado negativo na segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.

“Derrota toda na conta do Filipe Luís. Poupou na estreia em casa como se Libertadores fosse um parquinho, e pior com escalação do Ewerton Araújo que destruiu o meio porque só dá passe lateral. Ainda botou um Pedro sem ritmo e amontoou o time zoneado no final. Errou tudo”, escreveu o jornalista, em tom severo, após o fim do jogo.

A escolha por iniciar a partida com Ewerton Araújo e a escalação inicial sem nomes mais experientes foram os principais alvos das observações negativas ao trabalho de Filipe Luís na noite de ontem. Além disso, a entrada tardia de Pedro, que retornava de lesão e visivelmente sem ritmo, foi interpretada como mais um erro de avaliação por parte do treinador.

Análise da derrota

O revés diante do Central Córdoba foi doloroso não apenas pelo resultado em si, mas pelas semelhanças com outros tropeços recentes do Flamengo. Afinal, a equipe voltou a demonstrar deficiências conhecidas, como a baixa eficiência ofensiva e as falhas recorrentes na defesa. Aliás, essa foi a primeira derrota do clube na temporada e também a primeira sob o comando de Filipe Luís após 27 partidas de invencibilidade.

Desde o início, o Flamengo criou diversas oportunidades claras de gol. Juninho, Bruno Henrique, Arrascaeta e Léo Ortiz desperdiçaram chances importantes antes de Léo Pereira cometer um pênalti ao tocar a bola com a mão. O lance originou o primeiro gol dos argentinos, convertido por Hederia. Posteriormente, uma nova desatenção defensiva permitiu a Florentin ampliar a vantagem dos visitantes, já no fim da primeira etapa.

Conforme analisado no texto original, a tônica da partida repetiu um padrão de 2025: volume ofensivo, posse de bola elevada — 79% no jogo —, mas com pouca efetividade nas finalizações. O time de Filipe Luís tem controlado os jogos, mas não consegue transformar o domínio em vitórias tranquilas.

Reação tardia do Flamengo

No segundo tempo, o técnico realizou três substituições de impacto ao retornar com Wesley, Pulgar e Gerson, que entraram nos lugares de Varela, Ewerton Araújo e Juninho. As mudanças trouxeram mais intensidade ao ataque, com Plata e Wesley acertando finalizações e até uma bola no travessão. Contudo, a equipe continuou vulnerável aos contra-ataques e desorganizada em campo.

O gol rubro-negro veio aos 15 minutos da etapa final, em cobrança de falta de De la Cruz, que contou com desvio no travessão antes de entrar. Ainda assim, a tentativa de reação perdeu força com o passar do tempo. Pedro, que entrou aos 28 minutos, não teve chances claras e evidenciou a falta de ritmo após sete meses fora.

Reflexo de uma crise de eficiência

Apesar do retorno de Pedro ser uma notícia positiva, a derrota expôs de maneira nítida os problemas crônicos do Flamengo. A equipe tem vencido jogos anteriores com margem mínima e, ocasionalmente, com auxílio da sorte — elemento que não apareceu nesta noite. A cabeçada de Bruno Henrique na trave, aos 51 minutos do segundo tempo, simboliza bem essa frustração.

Portanto, embora o planejamento aponte o Campeonato Brasileiro como prioridade, o revés na Libertadores pressiona o time a utilizar sua força máxima em todas as competições. As vaias vindas das arquibancadas ao fim do primeiro tempo e após o apito final reforçam o descontentamento da torcida com o desempenho e com a falta de comprometimento aparente em campo.

Se o Flamengo não corrigir rapidamente suas falhas ofensivas e defensivas, a temporada poderá, de fato, ser colocada em xeque. Afinal, como ressaltado na análise, a incapacidade de transformar domínio em gols pode custar caro — e já começou a cobrar seu preço.