Documentos obtidos por veículos de imprensa revelam que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, autorizou um aumento salarial ao presidente da Comissão de Ética da entidade, Carlos Renato de Azevedo, apenas dois dias antes do arquivamento de denúncias de assédio moral feitas contra ele em 2024.
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Conforme apurado, a remuneração mensal paga à empresa de Carlos Renato passou de R$ 40 mil para R$ 50 mil, representando um acréscimo de 25%. O reajuste foi oficializado em 8 de janeiro de 2024, logo após Ednaldo reassumir o comando da confederação por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.
As denúncias de assédio moral haviam sido apresentadas por Luísa Rosa, ex-diretora de planejamento da CBF. Ela relatou à Comissão de Ética episódios de constrangimento e pressão enquanto ocupava o cargo. Entretanto, as acusações foram arquivadas em 10 de janeiro, dois dias após o reajuste do contrato.
O pagamento com o novo valor contratado foi efetuado em 17 de janeiro, segundo nota fiscal mencionada nas reportagens. Assim, a ordem dos eventos causou questionamentos entre os que acompanham os bastidores da confederação, principalmente pela proximidade temporal entre o aumento salarial e a decisão da Comissão de Ética.
Carlos Renato de Azevedo ocupa o posto de presidente da Comissão de Ética da CBF desde 2017. Durante esse período, foi responsável por analisar diversas denúncias envolvendo membros da entidade. No entanto, o caso recente reacendeu o debate sobre a independência e a transparência dos processos internos conduzidos pela comissão.
A revelação do caso foi feita inicialmente pela ESPN e confirmada pelo portal LeoDias, ambos com base em documentos oficiais. Embora o arquivamento das denúncias tenha ocorrido dentro dos trâmites formais, a sequência dos acontecimentos levanta dúvidas sobre a lisura das decisões administrativas recentes da entidade máxima do futebol brasileiro.
