Briga política também marca início da temporada do Flamengo

CT Ninho do Urubu (Foto: Divulgação Flamengo)

A votação do balanço financeiro do Flamengo referente a 2024, marcada para esta terça-feira (15), tem gerado intensos debates internos e evidenciado tensões políticas no clube. O motivo central da polêmica é um parecer crítico emitido pela comissão de finanças, que aponta irregularidades nas movimentações realizadas pela gestão de Rodolfo Landim nos últimos meses do seu mandato.

De acordo com o parecer, Landim teria violado o artigo 145 da Lei de Responsabilidade do Flamengo ao assumir compromissos financeiros que excederiam seu período como presidente, sem garantir os recursos em caixa para quitá-los. Entre as ações apontadas estão a aquisição de um terreno para o novo estádio e as contratações de jogadores como Alcaraz, Michael e Plata.

A comissão ainda apontou que o resultado financeiro negativo do clube no período foi de R$ 700 mil, superando o déficit permitido pelo estatuto. Outro dado relevante é o endividamento operacional líquido, que teria ficado R$ 247 milhões acima do planejado. Segundo o parecer, a diretoria não solicitou qualquer revisão do orçamento, o que agravaria ainda mais o cenário.

A corrente aliada ao ex-presidente rebate as críticas e trata as acusações como uma manobra política. “Multiplicamos as receitas e deixamos R$ 70 milhões em caixa”, afirmou um aliado de Landim. O grupo também questiona a ausência de ressalvas por parte do Conselho Fiscal e a não votação de um novo orçamento pelo Conselho de Administração, presidido por Luiz Eduardo Baptista.

A disputa se intensifica, pois há conselheiros ligados à atual diretoria que defendem a aprovação das contas com ressalvas. Isso abriria espaço para responsabilizar Landim por eventuais danos financeiros ao clube. Enquanto isso, os apoiadores do ex-presidente sustentam que o déficit decorre da valorização do dólar, não de má gestão.

Em meio à tensão política e às acusações cruzadas, o futuro do Flamengo no campo administrativo segue incerto. A votação desta terça-feira (15 de abril), às 19 horas (horário de Brasília), poderá definir rumos importantes para a gestão e governança do clube nos próximos anos.