O Corinthians terá três compromissos decisivos nas próximas semanas junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS), com disputas que somam mais de R$ 105 milhões. As audiências dizem respeito a pendências contratuais relacionadas às transferências de Rodrigo Garro e Félix Torres, além de uma cobrança feita pelo meia Matías Rojas. Os julgamentos estão agendados para os dias 29 de abril, 30 de abril e 7 de maio.
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Caso Rodrigo Garro
O primeiro dos casos é referente à negociação com o Talleres, da Argentina, pela contratação do meio-campista Rodrigo Garro. A audiência está marcada para o dia 30 de abril, e o valor em disputa chega a R$ 29,4 milhões. O clube argentino cobra uma série de encargos que, segundo ele, não foram quitados pelo Corinthians.
Entre os principais pontos de contestação estão: um adiantamento de US$ 3 milhões estipulado em contrato (cerca de R$ 17,6 milhões), cobranças por encargos de diferença em pagamentos anteriores (US$ 612 mil, ou R$ 3,6 milhões), juros anuais de 18% sobre os valores atrasados (US$ 649 mil, equivalente a R$ 3,8 milhões), além de uma indenização adicional de US$ 722,4 mil (R$ 4,2 milhões). O Talleres ainda incluiu R$ 147 mil relativos a custos com advogados no processo.
Esse imbróglio teve início em janeiro do ano passado, quando o Corinthians efetuou um pagamento inicial à vista de US$ 4 milhões, valor que na época girava em torno de R$ 20 milhões. Contudo, o restante do montante acordado não foi cumprido conforme os termos contratuais, o que levou o clube argentino a acionar a Fifa e, posteriormente, o CAS.
Caso Félix Torres
Já o processo do zagueiro equatoriano Félix Torres, ocorreu pelo acordo junto ao Santos Laguna, do México. A audiência no CAS está marcada para o dia 07 de maio, e envolve uma cobrança que totaliza US$ 6 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 35,2 milhões.
O Corinthians teria pago apenas a primeira parcela da negociação, no valor de US$ 2 milhões. As cinco parcelas seguintes, que venceriam entre maio de 2024 e janeiro de 2026, não foram quitadas. Como resultado, o clube mexicano recorreu à Fifa, que decidiu em favor do Santos Laguna.
A condenação incluiu o pagamento da dívida restante (US$ 4,5 milhões), juros anuais de 18% (US$ 810 mil), multa por atraso (US$ 675 mil) e uma penalidade adicional imposta pela entidade máxima do futebol (US$ 30 mil), além dos custos advocatícios de aproximadamente R$ 146 mil.
Caso Matías Rojas
Antes das duas audiências envolvendo os clubes estrangeiros, o Corinthians também enfrentará o julgamento do caso envolvendo o meia Matías Rojas. A audiência está agendada para o dia 29 de abril, com uma cobrança que supera os R$ 40,4 milhões.
O jogador paraguaio rescindiu unilateralmente seu contrato em março de 2024, alegando atrasos nos pagamentos de direitos de imagem. O vínculo havia sido firmado durante a gestão de Duílio Monteiro Alves, mas, mesmo com tentativas de renegociação realizadas pela atual diretoria, os débitos persistiram. Dessa forma, a Fifa deu razão ao atleta, e o clube agora tenta reverter a decisão no CAS.
Consequências e tramitação
As três audiências podem ocorrer presencialmente ou por videoconferência, e não são abertas ao público. A CAS, entidade independente da Fifa, representa a última instância para esse tipo de conflito, e será responsável por julgar os recursos apresentados pelo Corinthians.
Conforme apurado, caso o clube não consiga reverter as sentenças ou negociar acordos com as partes envolvidas, poderá ser obrigado a realizar os pagamentos de forma imediata. Além disso, o não cumprimento das decisões pode resultar em sanções esportivas, como a proibição de registrar novos atletas.
