Nos últimos dias, o Corinthians enfrentou uma intensa crise institucional. A polêmica gira em torno de um possível rombo financeiro nas contas do clube, envolvendo acusações cruzadas entre a gestão atual e a anterior. O estopim foi a identificação de valores que, segundo a diretoria atual, deveriam ter sido registrados no balanço de 2023 como provisões para contingências, mas que foram omitidos, inflando artificialmente os resultados daquele exercício.
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O ex-diretor financeiro Wesley Melo rechaçou as acusações e classificou os dirigentes atuais como “incompetentes, irresponsáveis e levianos”. Segundo ele, a tentativa de reabrir o balanço de 2023 é arbitrária e não encontra respaldo técnico. “Não vou admitir, e irei até as últimas consequências possíveis se esta diretoria tentar reabrir as demonstrações financeiras de 2023”, afirmou Melo.
Pedro Silveira, atual diretor financeiro, argumenta que a reanálise das contas é necessária. Ele afirma que os números foram revistos após a descoberta de contingências relevantes. “Diante dos valores elevados e da discrepância em relação a 2023, solicitei uma revisão completa do tema”, disse Silveira. Para garantir embasamento técnico, o clube contratou o professor Eliseu Martins e o escritório Campos Mello Advogados.
A situação gerou impasse no clube, especialmente porque o balanço de 2024, que deveria ter sido entregue até o dia 1º de abril, ainda não foi apresentado. Esse atraso compromete o cronograma do Conselho de Orientação e gera desconfiança interna, enquanto aumenta a pressão sobre Augusto Melo, presidente do clube.
O rombo estimado pode ultrapassar os R$ 200 milhões, incluindo dívidas tributárias e valores do Profut. A auditoria feita pela RSM, que não atua mais no clube, havia aprovado o balanço anterior. A nova gestão contratou a GF Auditoria, de menor porte, para revisar as contas.
A crise contábil, aliás, escancara a fragilidade administrativa do Corinthians. A divergência entre as gestões e a falta de consenso técnico atrasam decisões estratégicas e afetam diretamente a credibilidade institucional do clube.