O Corinthians encerrou o exercício financeiro de 2024 com um cenário preocupante, marcado por um déficit de R$ 181,7 milhões e um aumento expressivo no seu endividamento. Embora o clube tenha registrado a maior receita de sua história, ultrapassando R$ 1,1 bilhão, as despesas superaram os ganhos e evidenciaram a gravidade do desequilíbrio financeiro.
Notícias mais lidas:
Segundo o balanço apresentado, a dívida total chegou a R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão se refere ao clube e outros R$ 668 milhões são relativos ao financiamento da Neo Química Arena. Esse montante representa um crescimento de aproximadamente R$ 600 milhões em comparação com o ano anterior. A auditoria responsável pelo documento emitiu um alerta incisivo, citando “incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional do clube”.
A GF Brasil Auditoria & Consultoria, responsável pela verificação das contas, destacou em seu parecer a gravidade do quadro financeiro. De forma categórica, os contadores indicaram que o nível de endividamento pode comprometer a operação do Corinthians, principalmente diante da conjuntura econômica nacional e das obrigações fiscais, trabalhistas e cíveis acumuladas.
A diretoria atual atribuiu parte do cenário ao passivo herdado. Segundo o clube, foram detectados R$ 191 milhões em débitos não reconhecidos pelas administrações anteriores. Essa quantia envolve impostos, encargos sobre parcelamentos e processos judiciais cujos riscos não estavam classificados como prováveis em balanços anteriores.
Ainda assim, o clube buscou defender sua posição, apresentando um demonstrativo alternativo em que, desconsiderando os apontamentos da auditoria, o resultado de 2024 seria positivo, com um superávit de R$ 9,5 milhões. Tal versão, porém, não foi suficiente para eliminar a preocupação com a crescente dívida.
O documento ainda será analisado por órgãos internos do clube, como o Conselho Fiscal, o CORI e o Conselho Deliberativo. Caso as contas não sejam aprovadas, existe a possibilidade de abertura de novo processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo.