O Corinthians oficializou, na manhã desta terça-feira (22), o encerramento das negociações para o retorno de Tite ao comando técnico da equipe. A expectativa interna era de que o treinador fosse anunciado ainda nesta semana e assumisse os trabalhos no CT Joaquim Grava, principalmente com a proximidade do confronto decisivo contra o Racing, do Uruguai, pela Copa Sul-Americana. Contudo, a situação mudou drasticamente em poucas horas.
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De acordo com a nota divulgada pelo clube, “as partes ficaram muito próximas do acerto e o treinador era esperado para assinar o contrato e já comandar os trabalhos da equipe nesta terça”. Porém, inesperadamente, Tite comunicou que optaria por interromper sua carreira de forma temporária, com o objetivo de focar em sua saúde física e mental.
“Por uma decisão pessoal, Tite resolveu pausar momentaneamente a sua carreira para cuidar da sua saúde física e mental”, informou o comunicado. O Corinthians ainda desejou “uma pronta recuperação ao técnico campeão da América e do Mundo pelo clube”.
A decisão surpreendeu a diretoria, que já tratava o retorno de Tite como praticamente certo. Aliás, o clube havia intensificado as conversas nos últimos dias e contava com o apoio de Matheus Bachi, filho e auxiliar técnico de Tite, visto como um facilitador no processo. Matheus, inclusive, demonstrava entusiasmo em retornar ao Parque São Jorge, onde iniciou sua trajetória como membro da comissão técnica em 2015.
Tite era o principal alvo da diretoria desde a saída de Ramón Díaz e sua comissão, dispensados na última quinta-feira (17). A cúpula alvinegra enxergava no treinador não apenas um nome de peso, mas também uma figura capaz de blindar o elenco de crises extracampo, como os desdobramentos do inquérito do “caso VaideBet”.
Conforme fontes internas, a chegada de Tite estava alinhada com o planejamento imediato do clube, que visava reposicionar-se competitivamente ainda nesta fase de grupos da Sul-Americana. Afinal, a experiência do técnico, combinada com sua história no clube, era considerada estratégica para enfrentar a atual instabilidade.
A desistência do treinador, entretanto, abre caminho para outros nomes no mercado. Um dos cotados é Dorival Júnior, ex-comandante da Seleção Brasileira, com quem o Corinthians já havia mantido contatos preliminares antes de priorizar a negociação com Tite.
Apesar da frustração da torcida, que aguardava com expectativa a volta de um dos técnicos mais vitoriosos da história recente do clube, a decisão do treinador foi respeitada publicamente. Ainda assim, a repercussão entre torcedores nas redes sociais e fóruns especializados foi marcada por críticas à condução das negociações e ao que foi visto por muitos como mais um episódio de incerteza na atual gestão.