A parceria entre o Corinthians e a empresa de capitalização e apostas Viva Sorte chegou ao fim de maneira inesperada. A companhia notificou oficialmente o clube paulista sobre a rescisão do contrato de patrocínio que havia sido firmado no início deste ano e tinha validade até dezembro de 2026.
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O acordo previa um repasse de R$ 30 milhões ao Corinthians ao longo de dois anos, o que equivale a cerca de R$ 15 milhões por temporada. O valor se somava a um planejamento financeiro ambicioso do clube para 2025, que estimava alcançar a marca histórica de R$ 212 milhões em receitas oriundas de patrocínios.
A marca “Viva Timão”, correspondente ao produto de capitalização associado ao clube, ocupava espaço nos ombros do uniforme. Contudo, essa será a última semana em que a identificação estará visível na camisa dos jogadores. O duelo contra o Racing, do Uruguai, pela Copa Sul-Americana, agendado para quinta-feira (24), marcará a despedida do patrocínio visual no uniforme alvinegro.
Comercialização de produtos
A decisão da empresa, conforme apurado, decorre de orientações da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A autarquia federal não autorizou a continuidade da comercialização de produtos que levem nomes vinculados a clubes, como o “Viva Timão”. A empresa já encerrou anteriormente a mesma modalidade de contrato com o São Paulo, encerrando o título “Viva Tricolor” no mesmo mês.
Além disso, há um fator que agrava o cenário: a Viva Sorte atua também no setor de apostas esportivas, com a plataforma Viva Sorte Bet, lançada em janeiro de 2025. Essa atuação configura um conflito de interesses com a empresa “Esportes da Sorte”, patrocinadora máster do Corinthians até julho de 2027. Assim, manter a marca “Viva Sorte” no uniforme se tornaria inviável do ponto de vista contratual e comercial.
E o Corinthians?
O Timão, por sua vez, entende estar respaldado juridicamente. A diretoria analisa a possibilidade de exigir a multa indenizatória prevista em contrato, argumentando que o encerramento precoce da parceria desrespeita cláusulas estabelecidas em comum acordo. “A diretoria do Corinthians está avaliando as medidas jurídicas cabíveis”, afirmou uma fonte ligada à gestão do clube.
Com a saída da Viva Sorte, o número de patrocinadores no uniforme masculino do Corinthians será reduzido para sete. Atualmente, a camisa do clube conta com a Nike como fornecedora de material esportivo e outras empresas distribuídas em diferentes regiões do uniforme: Appgas no peito, Banco BMG nas mangas, Elétrica AREA na barra traseira, EZZE Seguros nas costas superiores, Kasinski Consórcio nos meiões e UniCesumar na parte de trás do calção.
A título de comparação, a mesma estratégia de patrocínio foi aplicada pela Viva Sorte com clubes como Vasco, Santos, Fortaleza, Ceará e Sport. A empresa, aliás, detém o naming rights da Vila Belmiro, rebatizada de “Vila Viva Sorte”. Similarmente, mantém patrocínio máster com o Bahia e também com o Goiás, sob a bandeira de casa de apostas.