A recente renovação contratual de Alphonso Davies com o Bayern de Munique gerou um efeito inesperado nos bastidores do clube alemão. Embora o vínculo tenha sido estendido até 2030, o valor envolvido na negociação causou desconforto entre dirigentes, jogadores e conselheiros.
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Davies, que chegou a ser especulado como possível reforço do Real Madrid, recebeu 22 milhões de euros apenas em luvas para renovar com o clube bávaro. Além disso, o canadense passará a ganhar cerca de 15 milhões de euros por temporada, o que alterou o clima no vestiário. A quantia elevada surpreendeu, principalmente porque ultrapassou valores praticados em renovações recentes de outros jogadores importantes do elenco.

Entre os atletas que recentemente firmaram novos contratos com o Bayern estão Jamal Musiala e Joshua Kimmich. Ambos receberam cifras inferiores às de Davies, o que, segundo a imprensa alemã, abriu precedentes para que outros jogadores exijam valores mais altos nas próximas negociações. Dayot Upamecano, por exemplo, já estaria utilizando o caso do lateral como base para sua própria renovação.
O diretor esportivo Max Eberl passou a ser alvo de críticas internas após a condução do processo. Conforme relatos da imprensa local, membros influentes do clube avaliam que as decisões recentes colocam em risco a estabilidade financeira construída ao longo dos anos. A insatisfação teria se intensificado com o impacto das cifras no ambiente do clube.
Uli Hoeness, um dos nomes mais emblemáticos da história do Bayern, expressou publicamente sua preocupação com o rumo das finanças da equipe. “Já não resta muito na nossa conta a prazo fixo. Precisamos repensar nossa economia”, declarou em entrevista ao jornal Welt am Sonntag. Atualmente membro do conselho de supervisão do clube, Hoeness destacou que os próximos investimentos podem depender da contratação de empréstimos.
Apesar do objetivo de manter suas principais peças, o Bayern de Munique vive um momento de revisão estratégica. Afinal, a manutenção de talentos no elenco precisa ser equilibrada com a responsabilidade financeira que sempre caracterizou a gestão do clube bávaro. O caso de Alphonso Davies, portanto, reacende o debate sobre os limites entre competitividade e sustentabilidade no futebol europeu.