O empate sem gols entre Sport e Fortaleza, ocorrido no sábado (26), na Ilha do Retiro, entrou para a história do Campeonato Brasileiro. Afinal, o confronto ficou marcado pela segunda maior paralisação causada pelo uso do árbitro de vídeo (VAR) desde a implementação da tecnologia na competição nacional, em 2019.
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A interrupção começou aos 29 minutos e 49 segundos do segundo tempo, momento em que a bola saiu pela linha lateral. Desde então, a partida permaneceu suspensa por exatos nove minutos e 32 segundos (9m32s), conforme a apuração dos tempos de análise. Nesse ínterim, o árbitro Matheus Delgado Candançan foi acionado para revisar um lance em que Yago Pikachu finalizou para o gol, gerando dúvidas sobre o cruzamento da linha.
Durante o processo de verificação, o protocolo do VAR seguiu três etapas distintas. Primeiramente, transcorreram cinco minutos e 20 segundos (5m20s) até que Rodolpho Toski Marques, árbitro de vídeo, chamasse o juiz principal para a revisão.
Posteriormente, Candançan levou dois minutos e 28 segundos (2m28s) para observar as imagens no monitor e comunicar sua decisão. Por fim, decorreu mais um minuto e 44 segundos (1m44s) entre a conclusão da análise e a retomada do jogo.
O veredito final foi claro: o gol do Fortaleza não foi validado. “Sem uma imagem conclusiva que demonstrasse a bola ultrapassando completamente a linha de gol, a decisão correta era não confirmar o gol”, explicou o árbitro durante a transmissão dos áudios liberados posteriormente pela CBF.
A CBF divulgou o áudio do VAR do jogo entre Sport x Fortaleza.
— Oguma (@renanoguma) April 27, 2025
Foram 8 minutos de análise. Alguns trechos da conversa:
VAR: “Ver totalmente eu não consigo ver, mas eu tenho um sentimento”
VAR: “A gente está trabalhando com impressão e eu não consigo ter 100%”
ÁRBITRO: “Qual… pic.twitter.com/VzqJYORevs
Recorde
Conforme registros anteriores, o recorde absoluto de paralisação do VAR no Brasileirão permanece com a partida entre Juventude e Cruzeiro, realizada na 38ª rodada da temporada 2024. Naquela ocasião, a árbitra Edina Alves Batista, junto à assistente de vídeo Daiane Caroline Muniz dos Santos, consumiu nove minutos e 47 segundos (9m47s) para revisar a expulsão de Alan Ruschel, transformando inicialmente o cartão vermelho em amarelo.
Ainda assim, a paralisação em Sport x Fortaleza superou outras longas revisões já registradas. Apenas para ilustrar, em 2023, o duelo entre Santos e Vasco, no qual foi necessário identificar um atleta envolvido em uma confusão, consumiu oito minutos e 12 segundos (8m12s). Similarmente, o confronto entre Cruzeiro e Internacional, em 2024, foi interrompido por sete minutos e 42 segundos (7m42s) para checagem de um possível pênalti.
É importante destacar que a utilização do VAR visa assegurar maior justiça nos resultados esportivos. Entretanto, episódios como o ocorrido em Recife suscitam debates sobre a necessidade de maior agilidade nos protocolos de decisão, para que a fluidez da partida seja preservada.