Vídeo: a declaração de André Rizek sobre Flamengo x Corinthians

O Maracanã foi palco, no domingo (27), de uma atuação emblemática do Flamengo, que não apenas derrotou o Corinthians por 4 a 0, mas também expôs, de maneira inegável, a diferença de patamar entre os dois clubes. Em sua análise no ge, André Rizek apontou que o “atropelo que aconteceu no Maracanã não deveria surpreender muita gente”, destacando que o atual abismo entre as equipes é fruto de processos de gestão muito distintos ao longo da última década.

“São 13 jogos de Campeonato Brasileiro, com 8 vitórias do Flamengo, 2 empates e apenas 3 vitórias do Corinthians. Se fosse um placar agregado, seria 26 a 11 para o Flamengo. Sem contar Libertadores, eles se enfrentaram uma vez, deu Flamengo. E Copa do Brasil, de 2019 pra cá, se enfrentaram duas vezes e deu Flamengo de novo”, apontou o jornalista.

O comentarista foi além ao situar o início dessa discrepância em 2013, ano em que o Corinthians era campeão mundial e possuía um dos elencos mais fortes do país, enquanto o Flamengo começava seu projeto de reestruturação financeira.

“Esse jogo não começou em 2019 pro Flamengo. Esse jogo começou em 2013, quando o Corinthians estava bombando, campeão do mundo, um super time, um superelenco, e o Flamengo começava a se preparar para pagar as contas, sanear e organizar o clube. Então ele está colhendo frutos do que começou em 2013”, prosseguiu.

Enquanto o Flamengo apresenta uma estrutura sólida e um planejamento consistente, o Corinthians enfrenta dificuldades crônicas, como evidenciado pela crise política e administrativa. Embora reconheça que a gestão esportiva do clube carioca poderia ser ainda melhor, Rizek ressaltou que, atualmente, “o Flamengo é um clube saneado, estruturado e bem organizado”.

A atuação em campo

Dentro de campo, a superioridade do Flamengo foi incontestável. Pedro, titular pela primeira vez após longa recuperação de lesão, brilhou intensamente ao marcar dois gols. Arrascaeta também se destacou, não apenas ao anotar o dele, mas ao protagonizar jogadas ofensivas que abriram espaços e criaram oportunidades. A atuação de ambos foi decisiva para recolocar o Flamengo na liderança do Brasileirão, superando o Palmeiras, que perdeu para o Bahia.

Ainda no primeiro tempo, Everton Cebolinha abriu o caminho para a goleada, convertendo um belo chute no canto do ex-goleiro rubro-negro Hugo Souza, que falhou posteriormente e entregou a bola no pé de Pedro para mais um gol. Assim sendo, o domínio flamenguista foi consolidado sem grandes resistências por parte de um Corinthians desorganizado e fragilizado, conforme registrado nos relatos.

A difícil missão de Dorival Júnior

Dorival Júnior, que assistiu à partida de um camarote, certamente teve um vislumbre da complexidade do desafio que terá pela frente. Conforme análise publicada no ge, embora a mudança de técnico possa trazer melhorias táticas, a raiz dos problemas corintianos vai além do campo: está no caos financeiro, na gestão ineficaz e na estrutura política instável do clube.

O Corinthians apresentou falhas de marcação evidentes, principalmente no meio-campo e na zaga, abrindo espaços que foram facilmente explorados pelo adversário. Além disso, a falta de soluções ofensivas ficou clara, com Memphis e Romero ineficazes e um time sufocado pela pressão alta imposta pelo Flamengo desde os primeiros minutos.

Estrutura organizacional

Rizek destacou que o Flamengo “vai brigar por todos os títulos da temporada” justamente por ter saneado suas finanças e estruturado o clube de forma profissional. Já o Corinthians, atolado em dívidas e sem sinais de mudanças administrativas significativas, “não tem perspectiva de brigar pelo Brasileiro” e aposta em milagres pontuais, como campanhas de Copa do Brasil e Sul-Americana.

“Corinthians é um clube cuja dívida não para de crescer, nesse momento está em 2 bilhões e meio, não consegue se organizar, e a tendência é que isso, quando eles se encontrarem, se repita mais algumas vezes. Porque nada indica que as gestões do Corinthians tenham aprendido com o exemplo do Flamengo, que elas queiram seguir o exemplo do Flamengo, pelo contrário, a dívida não para de aumentar”, avaliou.

Embora reconheça que títulos isolados ainda possam ser conquistados — como ocorreu recentemente no Campeonato Paulista —, o comentarista foi categórico ao afirmar que essas conquistas pontuais apenas mascaram a real situação do clube paulista.

“Então hoje o Flamengo vai brigar por todos os títulos da temporada, Libertadores, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil. O Corinthians, não tem perspectiva de brigar para o Brasileiro, está tentando sobreviver na Sul-Americana e tenta um milagre na Copa do Brasil, porque são as campanhas estadual, Copa do Brasil, que mascaram muitas vezes a incompetência administrativa, dos grandes clubes, grandes clubes, mesmo endividados, mesmo numa bagunça”, completou.