Técnico do Flamengo, Jorge Jesus fala sobre a possibilidade de poupar jogadores antes da final da Copa Libertadores da América

Jorge Jesus durante coletiva de imprensa (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

Pela primeira vez, o Flamengo sofreu quatro gols em um mesmo jogo sob o comando de Jorge Jesus. O técnico não gostou do sistema defensivo, mas viu méritos do Vasco e elogiou o clássico que terminou empatado por 4 a 4 como um “espetáculo”. Porém, admitiu o “sabor amargo” para o Rubro-negro, que vencia até os acréscimos do segundo tempo:

— Quem veio ao Maracanã ver o jogo, independentemente do time, saiu daqui com um espetáculo, um excelente jogo. Para o Flamengo foi um resultado amargo. Mas somamos mais um ponto, poderiam ser mais dois, mas estamos a cinco rodadas do final. Independentemente dos objetivos de cada um, um dérbi é sempre complicado, em qualquer país, seja no Brasil ou em Portugal. Tudo se altera, se transforma, e normalmente quem está mais embaixo na classificação se transforma ainda mais.

Confira outros trechos da coletiva:

Confusão

— Situações de bate boca são normais. Mas quando dirigente entra no meio e agride os jogadores, como fez o senhor do Vasco que não me interessa saber o nome, é grave. Foi falta de respeito ao Vasco, que tem história. Esse senhor não tem capacidade para estar no Vasco.

Erros defensivos

— Em como treinador tenho preocupações e vamos tentar corrigir a equipe defensivamente. Mas o setor ofensivo do Flamengo faz com que os adversários errem. O Vasco fez que a nossa defesa errasse mais do que o habitual. Vou analisar. Mas o futebol tem que ser valorizado. Nossa equipe, quando perde a bola, sabe se reorganizar rapidamente. E hoje não soubemos nos reorganizar rapidamente. E isso foi um dos motivos por termos sofridos quatro gols.

Poupar contra o Grêmio?

— É verdade que o jogo do Grêmio antecede a final que toda a nação do Flamengo sonha. Portanto, temos que pensar, mas a equipe não será a mesma, temos três jogadores suspensos (Arão, Gerson e Bruno Henrique). Vamos olhar o que é mais importante para o clube, que está próximo de conquistar dois títulos. Vamos pensar uma forma para que o time não fique desequilibrado e possa somar pontos contra o Grêmio. Qualquer ponto nesse momento é importante, e vamos pensar no time que vamos mandar a campo. Temos o máximo de respeito pelos jogadores, comissão técnica e torcedores do Grêmio. Olhamos para o Grêmio como nosso rival e nada mais do que isso.

Time ansioso?

— Jogadores são humanos, tem sonhos, ansiedades… Portanto, cabe a mim fazer com que seja uma equipe mais racional do que emotiva. Hoje perdemos um pouco do equilíbrio emocional e tático. É isso que um treinador tem que sentir e passar para seus atletas. Quando se está em um clube que em 25 ganhou só um campeonato (Brasileiro de 2009), não está acostumado a ganhar. Portanto, quando não está habituado, se desconfia de tudo. E não é isso que vai acontecer com os meus jogadores. Tenho certeza.

Invencibilidade

— Abordamos aqui o que não fizemos bem e aquilo que não fizemos tão bem. Saímos com a sensação de que poderíamos ter ganho o jogo. Mas também com a certeza que não perdemos há 23 jogos, somos líderes e nossos adversários estão muito mais preocupados do que nós.

De Arrascaeta

— O Arrascaeta vem de uma lesão complicada, não está 100%. Sabíamos que não estava em condições de jogar 90 min. Temos uma final da Libertadores, e ele é importante. Contra o Grêmio vamos dar mais um pouco de jogo para que ele chegue a Lima completamente recuperado.

Arbitragem

— Não vou falar de arbitragem. Tomamos 4 gols por mérito do Vasco e também porque não fomos uma equipe equilibrada. Foi um espetáculo maravilhoso no ponto de vista do futebol. Houve muitos erros defensivos, mas isso é do jogo. Se não houvesse erro, seria sempre 0 a 0.

Retirado de: Globo Esporte