“Estamos em outro patamar”. Não bastasse ser eleito o melhor jogador da Libertadores deste ano, Bruno Henrique viralizou ao bradar tal frase, já um tanto quanto alterado na festa da comemoração do bicampeonato.
Agora, também com a taça do Brasileiro na bagagem, chega a Doha com a missão de protagonizar outro bi, o do Mundial de Clubes (estreando na terça, pelas semifinais, contra o Al Hilal)), e “desfrutar do momento “mágico” vivido pelo Rubro-Negro.
Em entrevista exclusiva ao portal ‘Lance!’, Bruno Henrique também falou sobre a brincadeira do viral que tomou conta das redes sociais – e do vestiário.
“Fica sempre a brincadeira (“outro patamar”), foi algo que tomou uma proporção grande. Mas tenho muito respeito pelos nossos adversários e nunca desrespeitei ou desmereci ninguém. O momento que vive o Flamengo é mágico e precisamos desfrutar dele”, disse Bruno Henrique.
E o patamar elevado pode ser referência para o atacante de 28 anos, já que, em 2019, foi eleito o melhor do Campeonato Brasileiro e foi lembrado por Tite. Para o atleta, a autoconfiança foi essencial para superar um 2018 tenebroso.
“Eu sempre sonhei bem alto e sempre soube da minha capacidade, por mais que tudo tivesse sido colocado em dúvida após o meu ano de 2018 rodeado de lesões. Para mim é um motivo de muito orgulho e muita honra ter sido escolhido o melhor da América, mas o principal com certeza foi ter marcado meu nome na história do Flamengo como campeão da Libertadores”.
Ainda mais destacado na vitrine com a disputa do Mundial, Bruno Henrique tem sido monitorado de perto pelo futebol chinês. Autor de 34 gols em 60 partidas, optou por não se comprometer e manter o foco no campo.
“Sempre tive a cabeça muito boa em relação a tudo isso. Deixo tudo nas mãos dos meus empresários, que trabalham para me oferecer sempre o melhor. Meu pensamento está completamente voltado aqui no Flamengo e ao Mundial de Clubes que temos pela frente”, comentou o jogador, que tem contrato até o fim de 2021 e uma multa de 30 milhões de euros (cerca de R$ 140 milhões).
Confira outras respostas da entrevista com Bruno Henrique:
Continuará formando dupla de ataque com Gabigol, no Flamengo, em 2020?
— Espero que sim. Gabriel é um grande jogador, tem nos ajudado bastante aqui no ano de 2019 no Flamengo e esperamos que possa seguir aqui com a gente para o ano que vem. Mas é uma decisão dele com o clube e desejo que ele seja feliz.
Klopp e o Wijnaldum falaram que pouco conhecem o Flamengo e seus jogadores. Isso chega até vocês? E se chega, motiva ainda mais para dar uma resposta numa possível final?
— A gente procura não alimentar muito esse tipo de situação. Com certeza a equipe deles vai analisar bem nosso time caso a gente esteja na final para tentar anular nossos pontos fortes, assim como faremos com a equipe deles, naturalmente.
Costuma assistir aos jogos do Liverpool? Na sua visão, quais são os pontos mais fortes do time de Jürgen Klopp?
— Não é à toa que são campeões da Champions League e disputaram duas finais consecutivas na maior competição de clubes do mundo. É uma equipe muito forte, muito bem treinada, com um trio de ataque excepcional e muita intensidade. Com certeza será um adversário muito complicado em uma eventual final.
E você terá pela frente o melhor zagueiro (Van Dijk) o melhor goleiro do mundo (Alisson), eleitos recentemente. Como superar tais adversários?
— A gente trabalha para estar sempre no mais alto nível e enfrentar os melhores. Seria incrível poder disputar uma partida contra o Liverpool e ainda mais se sairmos vitoriosos. Mas nosso foco está na semifinal, que com certeza será muito difícil e precisamos de concentração máxima.
Dá para dizer Liverpool é favorito ao título? Se sim, acha que Flamengo vai mais “leve” para o Qatar?
— O Liverpool é hoje o melhor time do mundo, então na minha opinião entra como favorito diante de qualquer adversário. Mas como eu falei, nosso foco está primeiramente na semifinal. Depois, caso a gente se encontre na final, tentaremos manter nosso estilo de jogo e buscar o título.
Você acredita que brilhar no Mundial o encaminha às primeiras convocações para as Eliminatórias com a Seleção?
— O meu grande objetivo é ser lembrado novamente pelo professor Tite e pela comissão técnica da Seleção. Sem dúvidas quero disputar as Eliminatórias e também a Copa América. Estou trabalhando muito forte aqui para fazer por merecer mais uma convocação.
E você ainda mantém contato com o Cuéllar? Ele será um adversário nas semifinais… Vai rolar uma aposta ou até provocação sadia antes?
— Cuellar é um cara muito querido aqui por todos nós do grupo. Mas o futebol é assim, é feito de escolhas e ele tomou o caminho que acreditava ser o melhor para ele para a família dele. Será muito difícil enfrentá-lo, mas espero que o Flamengo saia vencedor.
Para finalizar: você ainda se pega pensando ou até sonhando com lances da final da Libertadores? Aquela achada para o Arrascaeta mudou tudo…
— É um lance que sem dúvida ficará marcado na minha memória para sempre. Pelo lance em si e por todo o contexto. Estávamos perdendo, faltavam poucos minutos para o fim do jogo. Eu confesso que nem pensei muito na hora. Só vi o espaço e fui avançando, só fui ver a quantidade de adversários que estavam à minha volta depois do jogo no replay. Pude encontrar o Arrascaeta em boa condição de tocar para o Gabriel só empurrar a bola. Com certeza vai ficar eternizado para mim e para toda a torcida do Flamengo.
Retirado de: O Dia