Diretor da Rede Globo abre o jogo sobre negociação com o Flamengo: “Falo com o Flamengo todos os dias”

Logomarca da Rede Globo (Foto: Reprodução)

O Flamengo entrou em campo para enfrentar o Fluminense na noite da última quarta-feira (29 de janeiro), em jogo válido pela rodada do Campeonato Carioca. Este foi o segundo clássico do time rubro-negro sem transmissão ao vivo na TV por causa da falta de acordo pelos direitos de transmissão do Estadual com o Grupo Globo (o primeiro clássico foi contra o Vasco).

Em entrevista ao portal ‘Lance’, Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos da emissora, não descartou a possibilidade de acordo.

— Falo com o clube (Flamengo) todos os dias, com todos os clubes… Não, estou brincando (risos). Há diálogo com o Flamengo, e é positivo. Até por ser um tema em discussão e em desenvolvimento, acho pouco produtivo, aqui, avaliar quanto a reuniões, se tem tido, se vai ter ou se não vai. Temos que aguardar os posicionamentos. A cotação do dia é: não tem acordo.

— Se você não consegue colocar isso num único bolo, para ter a dinâmica do critério comum a todos, que é, para um ganhar mais, o outro vai ganhar menos, essa conta não fecha, e esse modelo pode se transformar inviável.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de ter o Flamengo na TV na reta final do Estadual, quando os jogadores titulares estarão em campo e à disposição de Jorge Jesus – lembrando que o clube iniciou a competição com o time sub-23 – Fernando Manuel deixou a porta aberta.

— Nunca se desiste de um acordo. Tem que deixar, como eu disse, a porta aberta sempre, mas com muita responsabilidade, muito critério, sobre quais as possibilidades que temos sobre esse acordo. Não se administra um negócio como este sem padrão e sem ser muito responsável e atento aos critérios. E isso que temos feito neste momento.

O executivo ainda explicou sobre as dificuldades encontradas na negociação individual com o Flamengo.

— Acredito que a nossa relação com o futebol brasileiro de contratação (para o Brasileirão) precisava de um freio de arrumação. Conseguimos implementar um modelo novo, com esse viés coletivo, preocupação de equilíbrio, muita transparência entre os clubes, quanto aos critérios comuns, de quem vai ganhar ou menos… o próprio Flamengo elogiou o modelo que iniciou no último Brasileiro, assim como outros clubes. Temos tentado fazer o mesmo em outras competições, mas, às vezes, não é possível. Essa situação específica do Carioca revela um desafio de uma negociação de um produto que é essencialmente coletivo, mas que tem uma discussão isolada e individual. Reafirmo: não há discordância entre as partes (com o Flamengo), ambos querem o acordo e concordam com meritocracia: um clube ganhar mais ou menos de acordo com o resultado esportivo ou comercial. No Brasileiro, por exemplo, o Flamengo recebe mais por conta do lado comercial, por vender mais pay-per-view, e chamo isso de meritocracia.

Fernando Manuel falou também sobre a pressão dos patrocinadores da Globo por um acordo com o Flamengo.

— A Globo tem uma postura muito transparente com o mercado e os seus parceiros. Já lidamos com uma situação similar a esta no ano passado. Dentro do desenvolvimento dos negócios, digo que é algo dimensionado e endereçado às áreas devidas.

Adaptado de: Torcedores