O vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, falou como está a situação do clube em relação às famílias das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu, em entrevista a Mauro Cezar Pereira, comentarista dos canais ESPN, em seu blog no Uol.
A tragédia, que tirou a vida de dez adolescentes, irá completar um ano em 8 de fevereiro.
De acordo com o dirigente, o Flamengo passou a dar “espontaneamente” R$ 5 mil a cada família depois do ocorrido, sendo que o que costuma pagar aos atletas em formação R$ 800 em média. Uma decisão judicial fez o valor subir para R$ 10 mil, e o clube recorreu. Por quê?
“Como me disse o presidente: não é uma questão de valor, é uma questão de princípio. A começar pela intervenção do Ministério Público, que não representa as famílias, ao invés disso, todas as famílias têm advogado e os seus direitos são individuais, assim a atuação do MP é uma atuação indevida”, declarou Dunshee de Abranches.
“São inúmeras questões técnicas que não caberia explicar aqui. Contudo, no que tange aos valores, o fato é que as quantias disponibilizadas nos acordos feitos pelo Flamengo se aplicados, gerariam renda maior que essa. Não é uma questão de mesquinharia, mas a ideia é que não sejam aceitos pedidos exagerados e fora da realidade. Os acordos já feitos são altos e o Flamengo está pronto a fazê-los com quem mais os quiser. Agora, dizer que o Flamengo não está pagando indenizações é uma grande mentira, uma picuinha de nossos adversários.”
Ao ser questionado o motivo de o Flamengo não pagar os R$ 10 mil e questionar com o que não concorda, o dirigente respondeu da seguinte forma:
“A atuação judicial do Flamengo não será pautada pelo que outros acham que deva ser o correto. O Flamengo fez uma proposta altíssima de acordo para as famílias, muito acima do que os tribunais do Brasil concedem em seus julgamentos. Três famílias e meia aceitaram. O Flamengo chegou a esses valores de acordo depois de muita conversa e negociação. Não podemos pagar mais por acordo às demais famílias. A trágica situação é a mesma e não podemos pagar diferente. Quem julgar que pode ganhar mais na justiça deve seguir a sua opção.”
Retirado de: ESPN
